Item 038 - Carta Aberta aos Soldados Portugueses / Um Grupo de Operários. J. M. De Souza

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Código de referência

PT-AHS-ICS-PQ-P-038

Título

Carta Aberta aos Soldados Portugueses / Um Grupo de Operários. J. M. De Souza

Data(s)

  • 1912 (Produção)

Nível de descrição

Item

Dimensão e suporte

1 doc.; papel

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Nome do produtor

(1883 - 1944)

História biográfica

Manuel Joaquim de Sousa nasceu a 24 de Novembro de 1883 na freguesia de Paranhos, Porto. Depois de escassos meses de escola primária, as necessidades económicas da família atiraram-no, ainda criança, para o mundo do trabalho e da exploração. Servente de carpinteiro e de alfaiate, aos 12 anos começou a trabalhar de sapateiro, o que viria a ser a sua profissão. Desde muito novo interessado pelas leituras, é atraído pelos ambientes anarquistas nortenhos do fim do século 19 e faz a sua aprendizagem militante nas associações de classe dos sapateiros portuenses. Carlos Nobre, Benjamim Relido e, sobretudo, Serafim Lucena, são então homens de grande projecção do anarquismo. Com eles se forma Manuel Joaquim, bem como na actividade editorial e militante do jornal O Despertar. Por volta de 1908 participa no Grupo de Propaganda Libertária onde publica um folheto intitulado O primeiro de Maio e as suas Origens - grupo que em seguida se transforma no Cómité de Propaganda Sindicalista do Porto, peça importante na construção do sindicalismo revolucionário. Toma parte activa no 1.° e no 2.° Congresso Sindicalista. Neste último, em 1911, são constituídas duas Uniões Operárias, a de Lisboa e a do Porto, sendo Manuel Joaquim de Sousa escolhido para secretário-geral da última. Participa do jornal anarquista A Vida e impulsiona a actividade do Centro e Biblioteca de Estudos Sociais, verdadeiro foco de irradiação cultural e doutrinária do anarquismo nortenho. Publica então um livro intitulado O Sindicalismo e a Acção Directa. Em 1914 representa a organização sindicalista do norte no Congresso Operário de Tomar, onde nasce a União Operária Nacional, a primeira central sindical portuguesa, de orientação nitidamente sindicalista revolucionária. Tomou também parte na delegação portuguesa ao Congresso Cóntra a Guerra, em 1915, no Ferrol, a qual foi presa e expulsa para Portugal. Tempos depois passou a viver em Lisboa e no ano de 1919 participa do Con-gresso de Coimbra onde a UON dá lugar à CGT. Manuel Joaquim de Sousa foi redactor das bases da Confederação, bem como da tese "Relações Internacionais". Eleito secretário-geral do primeiro Comité Confederal, ocupou esse cargo durante três anos, até ao Congresso da Covilhã. Anos de intensa fermentação revolucionária, o entusiasmo suscitado pela revolução russa, as lutas na Alemanha, na Hungria, na Itália; e, em Portugal, as greves de grandes proporções dos ferroviários, dos correios e telégrafos, do professorado, do funcionalismo, da construção civil, da metalurgia, e outros movimentos proletários. Sousa propõe a criação e redige as bases da Liga Operária de Expropriação Económica, que, seria paralelamente à C.G.T. e no plano consumidor, o organismo económico da Revolução. Ainda neste período, e como anarco-sindicalista, Manuel Joaquim de Sousa critica publicamente as posições e actividades dos maximalistas e do Partido Comunista numa série de artigos intitulados "A boa paz", publicados por A Batalha, de que era, ao tempo, director. Em 1925 representa a sua Federação do Calçado no Congresso de Santarém. Preso após o 7 de Fevereiro de 1928, é forçado, como todos os outros, a uma semi-clandestinidade. Participa então na criação da Aliança Libértária, e entra no seu comité executivo de Lisboa. Por estas actividades, é de novo preso, em 1933, encontrando-se na cadeia na altura do 18 de Janeiro do ano seguinte. Doente, mas sempre mantendo o contacto com os companheiros inteira-se das suas actividades clandestinas. Morreu em Lisboa, a 27 de Fevereiro de 1944. O seu livro O Sindicalismo em Portugal, com várias edições, é um dos melhores documentos desses tempos, passados mas não esquecidos. Foi um militante dos mais produtivos, dos mais coerentes, um lutador que dignificou a causa dos libertários.
Fontes: E. Rodrigues (1982). A oposição Libertária em Portugal. 1939-1974. Lisboa. Sementeira.

Entidade detentora

História do arquivo

Fonte imediata de aquisição ou transferência

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Âmbito e conteúdo

A repressão do exército sobre os grevistas: greve do pessoal da Companhia Carris de Ferro de Lisboa (durou 26 dias)

Avaliação, seleção e eliminação

Incorporações

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