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- ? (Produção)
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Dimensão e suporte
17 docs com a transcrição das sessões de entrevistas e 91 cassetes com as gravações das sessões de entrevistas.
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Nome do produtor
História biográfica
Manuel de Lucena nasceu em Lisboa a 7 de Fevereiro de 1938. Viveu a infância e uma parte da adolescência em Angola com a família. Regressou a Lisboa com 16 anos, onde frequentou o Liceu Pedro Nunes e depois um colégio de Jesuítas. Ingressou no Instituto Superior Técnico no curso de Engenharia Química que viria a trocar pelo curso de Direito na Faculdade de Direito, onde se licenciou em 1981. Durante a sua juventude, participou em movimentos monárquicos e católicos, designadamente a JUC (Juventude Universitária Católica), o CCC (cineclube católico) e colaborou n' "O Tempo e o Modo". Depois da crise académica de 1962, passou a militar na Extrema-Esquerda. Redigiu grande parte dos comunicados estudantis da RIA (Reunião Interassociações de Lisboa). A sua oposição à política colonial de Salazar acabou por conduzi-lo ao exílio em 1963. Viveu em Roma, Paris e Argélia. Durante o exílio, foi dirigente do MAR (Movimento de Acção Revolucionária), fez parte da Frente Patriótica de Libertação Nacional e teve uma breve colaboração com a LUAR. Em Paris, estudou no Institut de Sciences Sociales du Travail, onde fez a sua tese sobre o corporativismo. A tese que preparou veio dar origem ao seu primeiro livro — “A evolução do sistema corporativo português”. Vol. I: o Salazarismo; vol. II: o Marcelismo —, publicado em Portugal em 1976.
Após o 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal. Participou, como alferes, no processo de descolonização de Cabo Verde. Veio terminar o seu serviço militar em Lisboa, no Gabinete de Dinamização do Exército, situado no Estado-Maior do Exército. Abandonou a Extrema-Esquerda e apoiou o manifesto do Grupo dos “Nove”, de Melo Antunes. Em 1975, tornou-se investigador do Gabinete de Investigações Sociais (GIS) e depois do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), que lhe sucedeu, onde fez carreira até se reformar em 2008. A última actividade política que se lhe conhece é adesão à Aliança Democrática e a participação na campanha presidencial do general Soares Carneiro, em 1980. Afastado da política activa, dedicou-se sobretudo ao comentário político e à investigação científica do corporativismo, dos fascismos e totalitarismos, do processo revolucionário português, a descolonização portuguesa e a consolidação democrática no pós-25 de Abril. Foi docente em cursos no Instituto de Defesa Nacional e na Força Aérea (para oficiais generais) e no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica abordando alguns dos referidos temas de investigação, sobre os quais também proferiu conferências e orientou seminários em várias outras instituições.
É autor de obras como “O Estado da Revolução: a Constituição de 1976” e a “Revolução e Instituições: a Extinção dos Grémios da Lavoura Alentejanos”, bem como de várias entradas no “Dicionário de História de Portugal” (coordenado por António Barreto e Maria Filomena Mónica), nomeadamente sobre organismos corporativos e importantes políticos do Estado Novo, incluindo Oliveira Salazar, Armindo Monteiro, Pedro Teotónio Pereira, Alberto Franco Nogueira, José Gonçalo Correia de Oliveira e Adriano Moreira. As biografias alargadas das últimas cinco figuras vieram a integrar uma publicação póstuma: “Os Lugar-Tenentes de Salazar” (2015).
Ao longo da sua vida colaborou em numerosas revistas e jornais como “Esprit”, “Análise Social”, “Relações Internacionais”, “Expresso”, “Diário de Notícias”, “A tarde” ou “Semanário”. Foi co-fundador das revistas “Cadernos Socialistas” (1967-1969) e “Polémica” (1970-1973). Publicou, em 2006, o seu último livro (“Contradanças: política e arredores”) que reúne uma série de ensaios publicados na imprensa periódica entre 2004 e 2005.
Foi também tradutor das “Moradas”, de Santa Teresa de Ávila, e da “História da Guerra da Catalunha”, de D. Francisco Manuel de Melo.
Faleceu em Lisboa a 7 de Fevereiro de 2015.
Nome do produtor
História biográfica
Maria de Fátima da Silva Patriarca nasceu no Monte do Sol Posto, concelho de Coruche, em 19 de Janeiro de 1944 e morreu em Lisboa no dia 11 de Março de 2016. A infância e a juventude foram passadas em Angola e em 1961 ingressa na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa para estudar Germânicas, curso que abandona, transferindo-se em 1963 para o Instituto Superior de Serviço Social, onde se diplomou em 1967. Em Novembro desse ano participou nas acções de socorro às vítimas das cheias a zona da Grande Lisboa, momento decisivo na sua formação cívica e política.
Entre 1968 e 1973 foi técnica de Serviço Social na Direcção-Geral de Previdência e Habitações Económicas. Entre 1970 e 1972 foi bolseira da Fundação Gulbenkian, frequentando o Troisième Cycle em Sociologia, na École Pratique des Hautes Études, VIe Séction, onde obteve o Diplôme d’Études Approfondies en Sciences Sociales. Após regressar de França colaborou no Grupo de Sociologia do Gabinete Técnico de Habitação da Câmara Municipal de Lisboa e em 1973 integrou o Centro de Documentação e Informação deste organismo.
Leccionou no Instituto Superior de Serviço Social entre 1969 e 1970 e, novamente, em 1974/1975. Em 1975 foi assistente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), onde leccionou o “Seminário sobre a sociedade portuguesa – área de conflitos de trabalho”, e ingressou no Gabinete de Investigações Sociais (GIS), dedicando-se em pleno à actividade como investigadora. Nos anos seguintes referência para o trabalho notável acerca das lutas na Lisnave durante o processo revolucionário.
Em 1980 licencia-se em Sociologia no ISCTE, com a classificação final de 18 valores. Em 1981 organizou o colóquio “O movimento operário em Portugal” e em 1984 coordenou o seminário “Fontes e arquivos com importância para o estudo do movimento operário”. Entre 1989 e 1991, sob orientação de Maria Filomena Mónica e Manuel de Lucena e, depois, de Adérito Sedas Nunes, desenvolve o projecto de investigação “O processo de instauração do corporativismo, no domínio das relações entre o capital e o trabalho (1930-1947)”. Participou ainda em projectos como “Conflitos de trabalho após o 25 de Abril”, “A acção operária nas empresas após o 25 de Abril – significado do movimento conflitual e grevista”, “O trabalho e a acção operária na indústria metalomecânica pesada” ou “Sindicatos, contratação colectiva e greve: o caso dos metalúrgicos portugueses (1968-1972) ”.
Em 1992 concluiu as provas da carreira de investigação no Instituto de Ciências Sociais (ICS), com a classificação máxima, com a dissertação “Processo de implantação e lógica e dinâmica de funcionamento do corporativismo em Portugal – os primeiros anos do salazarismo”, publicado em livro com o título “A Questão Social no Salazarismo, 1930-1947”. Além da dissertação, prestou provas complementares, tendo apresentado o trabalho “Projecto de investigação: sindicatos e luta social no regime corporativo – dos anos 50 a 1974”.
Tendo como área de especialização a Sociologia Industrial e concentrando o essencial da sua actividade no ICS, foi, com Maria Filomena Mónica, responsável pela criação do Arquivo Histórico das Classes Trabalhadoras, mais tarde Arquivo de História Social. Neste âmbito destaque para o rigoroso trabalho sobre o Diário do chefe de gabinete de Salazar, Antero Leal Marques. Publicou dezenas de artigos em revistas, obras colectivas ou entradas de dicionários.
Participou e leccionou também em seminários de pós-graduação ou cursos de mestrado em instituições como a Escola Nacional de Saúde Pública ou a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em 2000 publicou “A Revolta do 18 de Janeiro de 1934”, em 2005 jubilou-se e em 2015 publicou o seu último trabalho, centrado na revisão científica de “Cronologias de Portugal Contemporâneo (1960-2015)”.
Nome do produtor
História biográfica
Licenciado em Direito e doutorado em Sociologia Política pela Universidade de Lisboa, e com agregação em Instituições Políticas pela Universidade Nova de Lisboa, Luís Salgado Matos ingressou no ICS em 1982.
Da sua vasta obra publicada merecem especial destaque o livro "Investimentos Estrangeiros em Portugal" (Seara Nova 1972), obra pioneira de investigação sobre o enquadramento internacional da economia portuguesa, e o livro "O Estado de Ordens" (Imprensa de Ciências Sociais 2004), onde expõe a sua abordagem original sobre as articulações entre Igreja, Forças Armadas e Estado.
Para Salgado Matos são estas instituições triangulares que estão na base da formação das estruturas políticas das sociedades contemporâneas e que imprimem sentido às suas rotinas organizativas. A sua análise (desenvolvida em diversos livros e artigos) é fundamentada num aprofundado trabalho empírico sistemático sobre estas instituições que garantem a identidade (Igreja), a segurança (Forças Armadas) e a reprodução (Estado) do sistema político.
Luís Salgado Matos era dotado de uma vasta e plurifacetada cultura literária e académica nos múltiplos domínios das ciências sociais. E exibia um enorme sentido de humor e sentido crítico em relação às próprias instituições que o acolheram e que muito beneficiaram dos seus contributos reflexivos. Articulava investigação académica com observação participante das instituições que tão bem analisou.
Nas décadas de 1960 e 1970 colaborou com regularidade nas revistas O Tempo e o Modo e Seara Nova. Foi membro do Governo de Transição de Moçambique (1974-1975), presidente do Instituto Português de Cinema e da administração do Teatro Nacional São Carlos e do Porto de Lisboa (1983-1993). Foi também consultor do ministro da Defesa Nacional, Júlio Castro Caldas (2000), e do Presidente da República, Jorge Sampaio (entre 2001 e 2006). https://www.ics.ulisboa.pt/info/breve-biografia-0
Luís Salgado de Matos foi coordenador do Seminário Permanente sobre o Estado e as Igrejas, uma parceria entre o CEHR e o Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa (UL), que concretizou três projetos de investigação (2006-2015). Publicou, entre outras, ‘A Separação do Estado e da Igreja’ (2011) e ‘Cardeal Cerejeira: um patriarca de Lisboa no século XX português’ (2018). O seu percurso biográfico é também marcado pelo envolvimento na revista Seara Nova e no jornal O Tempo e o Modo (sob o pseudónimo de Luís Amado de Passos) além de ter sido preso pela PIDE em 1965, quando era estudante da Faculdade de Direito.
Entidade detentora
História do arquivo
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Zona do conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Série de transcrições de entrevistas (e cassetes respetivas) sobre a descolonização portuguesa de 1974/1975, a protagonistas desse processo: por um lado, governantes, chefes militares, dirigentes do MFA e outros que então actuaram na Guiné-Bissau, em Cabo Verde, Angola e Moçambique; por outro lado, responsáveis metropolitanos ou íntimos colaboradores seus. A equipa, coordenada por Manuel de Lucena, incluia os investigadores Maria de Fátima Patriarca, Carlos Gaspar, Luís Salgado de Matos. Desenvolvido no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, o projecto foi apoiado pela Fundação Oriente.
"Não procurando promover qualquer interpretação, chegar a juízos gerais ou encerrar os eventos abordados numa dada problemática, o grupo entrevistador foi seguindo os relatos e aceitando as visões dos seus interlocutores, embora não deixasse de lhes solicitar esclarecimentos por vezes incómodos."
"introdução", por Manuel de Lucena
Avaliação, seleção e eliminação
Incorporações
Sistema de organização
A subsecção é composta por 6 séries que se encontram organizadas da seguinte maneira:
Série AO - Angola (4 documentos)
Série CV - Cabo Verde (4 documentos)
Série GW - Guiné Bissau (5 documento)
Série L - Metrópole (2 documentos)
Série MZ - Moçambique (2 documentos)
Série VK7 - Gravações (91 cassetes)
Zona de condições de acesso e utilização
Condições de acesso
Condiçoes de reprodução
Idioma do material
Sistema de escrita do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
Zona de documentação associada
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Unidades de descrição relacionadas
Nota de publicação
Aires Oliveira, Pedro. «Decolonization in Portuguese Africa». Em Oxford Research Encyclopedia of African History, por Pedro Aires Oliveira. Oxford University Press, 2017. https://doi.org/10.1093/acrefore/9780190277734.013.41.
Zona das notas
Identificador(es) alternativo(s)
Pontos de acesso
Pontos de acesso - Assunto
Pontos de acesso - Local
Pontos de acesso - Nomes
- MFA - Movimento das Forças Armadas (Assunto)
Pontos de acesso de género (tipologias documentais)
Identificador da descrição
Identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
Estatuto
Nível de detalhe
Datas de criação, revisão, eliminação
Criação Sistema de Organização 2023.11.15, jps.
Revisão âmbito e conteúdo 2023.11.15, jps
Acrescentado nota de publicação, Aires 2017; ip, 2024-05
Línguas e escritas
Script(s)
Fontes
Nota do arquivista
Transcrições editadas por Rita Almeida de Carvalho, Fátima Patriarca e Amélia Sousa Tavares, com Manuel Lucena. IP, 2024-06