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França
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Publicação editada pelo Centro de Convívio Português "Outubro".
Antifascista, fundador das Brigadas Revolucionárias (BR) e do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), Carlos Antunes nasceu em São Pedro (Braga), em 1938. Em 1955 adere ao Partido Comunista Português (PCP), passando quatro anos mais tarde à clandestinidade. Em 1963 vai para a Roménia, onde se junta à Rádio Portugal Livre, e em 1966 instala-se em Paris onde será responsável pela organização do PCP e pela fundação, em 1969, dos Comités de Ajuda à Luta do Povo Português.
Questões relacionadas com a invasão da Checoslováquia, a guerra colonial e a defesa da luta armada levam a que rompa com o PCP e venha a fundar com Isabel do Carmo as Brigadas Revolucionárias (BR), regressando clandestinamente a Portugal e organizando e participando em várias ações armadas contra o regime, nomeadamente contra o seu aparelho e infraestruturas militares. Uma dessas ações ocorreu em julho de 1971, quando largam em Lisboa dois porcos com trajes de almirante, numa alusão à fraude eleitoral que reelegera Américo Tomás.
Em 1973, uma cisão na Frente Patriótica de Libertação Nacional leva à criação do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP).
Dirigiu com Isabel do Carmo o jornal “Revolução”, porta-voz do PRP-BR, que foi publicado entre 1974 e 1977, e o jornal “Página Um”, publicação igualmente próxima do PRP, editado de 1976 a 1978.
Em 1978 Carlos Antunes e Isabel do Carmo, entre outros militantes do PRP, são presos e acusados de vários crimes/ações armadas e de assaltos a bancos. Ao fim de vários anos de prisão preventiva, uma primeira condenação, protestos e greves de fome acabariam por ser absolvidos após julgamento e libertados em 1982.
-Museum do Aljube
Nasceu em 1940 na freguesia de Rosto do Cão (S. Roque), concelho de Ponta Delgada, S. Miguel, Açores. Casado; uma filha e dois filhos; uma neta e um neto.
Concluiu o Curso Geral dos Liceus em 1957 no Liceu D. João de Castro em Lisboa, tendo ingressado no mesmo ano no curso de Arquitectura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, que abandonou em 1958 para iniciar a vida profissional, primeiro como funcionário público e, depois, como quadro editorial (Jornal do Foro, Publicações Europa-América e Editorial Ulisseia).
Exilado político desde Novembro de 1963 até ao 25 de Abril de 1974 em França, onde continuou a desenvolver actividades profissionais nos meios editoriais (quadro, empregado de livraria, tradutor, consultor, revisor de provas, etc.) e onde retomou os estudos universitários como trabalhador-estudante no ano lectivo de 1965-66.
Cadernos de circunstância era uma publicação de ciências sociais que analisava a situação política, económica e cultural em Portugal. Era editado no exílio em primeiro em Arcueil e mais tarde em Paris. Era socialista e revolucionário
A comissão coordenadora da publicação era composta pelas seguintes pessoas, com alguma flutuação entre os números: Alfredo Margarido, Aquiles de Oliveira, Fernando C. Medeiros, João Rocha, José Porto e Manuel Villaverde Cabral, Alberto Melo, João Freire, Jorge Valadas, José Hipólito dos Santos, José Rodrigues dos Santos.
Organização fundada por Jean Mettas (1941-1975). O comité funcionava em 42, Avenue du Parc de Montsouris, Paris XIVe, France.
Movimento unitário da oposição ao Estado Novo - que incluía a Junta Central de Acção Patriótica e as Juntas de Acção Patriótica (JAP’s) - criado a 28 de Dezembro de 1962 na Conferência das Forças Antifascistas Portuguesas realizada em Roma. Nesta conferência estiveram presentes Álvaro Cunhal, António Lopes Cardoso, Fernando Piteira Santos, Francisco Ramos da Costa, Manuel Sertório, Manuel Tito de Morais e Mário Ruivo. Fora o corolário de um processo decorrente das eleições presidenciais de 1958 e que pretendia criar um amplo movimento unitário que reeditasse o que havia sido o Movimento de Unidade Democrática. Inicialmente a FPLN é dirigida por uma junta composta por Álvaro Cunhal (ou outros elementos do PCP), Tito de Morais da Resistência Republicana Socialista (RRS), Rui Cabeçadas do Movimento de Acção Revolucionária (MAR), Piteira Santos e Manuel Sertório. Embora ausente a maior parte do tempo em Praga, por doença, Humberto Delgado era o presidente.
A direcção da FPLN, chamada inicialmente de Comissão Delegada, fixa-se na recém-independente Argélia e aí funcionará até ao 25 de Abril de 1974. A vida da FPLN em Argel é tumultuosa, marcada por inúmeros conflitos, nomeadamente em torno de questões como a prioridade a atribuir à questão colonial, a adopção de novos métodos de luta contra a ditadura, nomeadamente a luta armada, ou o dissídio sino-soviético, padecendo de fracturas internas que espelhavam as novas e velhas tensões da oposição anti-salazarista e as questões que determinavam o debate político da década de 60.
Em Junho de 1964 Humberto Delgado chega a Argel para assumir a presidência da FPLN, num clima de forte crispação, com graves diferendos pessoais a misturarem-se com a radicalização das posições políticas. Em Outubro tem lugar a III Conferência da FPLN em Argel e a ruptura entre Humberto Delgado e Álvaro Cunhal, decorrente também da referida questão da luta armada, torna-se inevitável, levando o general a romper com a Frente Popular de Libertação Nacional e a criar a Frente Portuguesa de Libertação Nacional apostada na acção armada mas sem expressão real.
Ao longo da década de 60 a Frente Popular de Libertação Nacional conhece alterações, deixando de contar com o MAR e a RRS, ao mesmo tempo que se firma a hegemonia do PCP até ao momento em que este partido é expulso da Junta Revolucionária Portuguesa (JRP), o órgão máximo da FPLN, forjando-se então o ascendente das Brigadas Revolucionárias.
Na actividade da FPLN teve particular importância a Rádio Voz da Liberdade, mais tarde denominada Rádio Voz da Revolução.
João Evangelista de Campos Lima, ou Campos Lima como assinava, nasceu em 1877, na cidade do Porto. Ainda criança, foi levado para Barcelos e depois para Braga, onde concluiu o curso liceal. Bem jovem, fora tocado pelas injustiças sociais e percebeu a desigualdade e aos 17 anos, já em Coimbra, entra num comício de trabalhadores no bairro dos Olivais, discursando ao lado dos precursores do movimento operário em Portugal, Ernesto da Silva e Azedo Gneco. Aos 20 anos matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, de onde foi expulso em 1907, no mesmo ano em que se formara advo-gado, o que o impediu de doutorar-se. A sua expulsão decorreu da sua parti-cipação na greve académica naquele ano, contra o ditador João Franco. Um ano antes, 1906, visitando Paris, ali travou conhecimento com anarquistas como Carlos Malato, o escritor romeno Janvion, Paul Pigassou, Jean Grave. Mas o que mais o entusiasmou foi a Comuna escolar La Ruche, de Sebastião Faure. De regresso a Portugal, tentou em colaboração com Tomás da Fonseca, Lopes de Oliveira e outros. fundar uma Escola Livre de Ensino Integral. Em 1908 principiou a advogar, mas nunca aceitou uma causa onde tivesse de acusar. Só uma vez acusou um agente de polícia que assassinara um operário. Como escritor anarquista foi dos mais produtivos e dos mais modestos, e como advogado defendeu heroicamente os trabalhadores e os anarquistas presos por delitos de opinião. Para melhor semear as suas ideias, divulgar os seus pensamentos o anarquista e advogado dos trabalhadores perseguidos fundou e dirigiu a Editora Spartacus, que publicou obras de real valor, como A História do Movimento Maknovista de Pedro Archinoff em 1925. Professor em escolas industriais e, interino, num Liceu, continuou a sua vida de propagandista, sempre interessado nos problemas sociais, e combateu alguns governos republicanos, com a mesma independência com que combatera os monárquicos, embora se entendesse com os democratas, na oposição e, sobretudo, quando via a República ameaçada. Foi amigo dos presidentes Manuel de Arriaga, António José de Almeida, Bernardino Machado e Teixeira Gomes; mas nunca solicitou empregos, benesses, mercês honoríficas, recusando ser deputado, governador civil e até ministro da Justiça, depois do movimento de 19 de Outubro. Apenas consentiu em fazer parte de várias comissões de estudos, como a encarregada da reforma da lei do inquilinato e dos organizadores do Congresso Internacional do Livre Pensamento, em cujos trabalhos tomou parte. A sua actividade jornalística foi grande, colaborando em muitos jornais e revistas do país e do estrangeiro. Fundou e dirigiu a revista Cultura e foi director dos diários Boa Nova e Imprensa de Lisboa, o único jornal diário que se publicava no período da greve dos jornalistas. Trabalhou, como redactor nos jornais O Século, O Mundo, A Batalha, Pátria e Diário de Notícias e foi articulista primoroso, versando os mais diversos problemas nacionais e internacionais.
Campos Lima faleceu a 15 de Março de 1956 com 78 anos de idade na rua Actor Taborda, 27, em Lisboa, sem ver o fim da ditadura fascista de Salazar. Ao seu enterro compareceram figuras da mais alta expressão intelectual como Julião Quintinha, Artur Inez, Manuel Alpedrinha, João Pedro dos Santos [...]
Fontes: E. Rodrigues (1982), A Oposição Libertária em Portugal 1939-1974, Lisboa, Sementeira.
Jornal elaborado com a colaboração de 4 clubes: Clube dos Jovens Trabalhadores Portugueses de Paris, Clube dos Trabalhadores de Brie, Centro de Difusão da Cultura Portuguesa, Associação Resistência e Trabalho (da Holanda).
(Explicação dada no Nº1)
Nasceu a 6 de março de 1927, em Sumbe (antigo Novo Redondo), Angola. Jornalista, militante da luta pela Liberdade e Democracia e da causa da independência das colónias. Falecido a 29 de dezembro de 2018.
João Martins Pereira (JMP) nasce em Lisboa, em novembro de 1932. Apesar da formação inicial em engenharia química-industrial no Instituto Superior Técnico, em 1956, estuda sociologia e economia do trabalho no Institut des Sciences Sociales du Travail, em Paris, em 1963 e 1964. Dois anos depois, em 1966, entra para a redação da Seara Nova onde ficaria até 1968. A partir de 1969, faz parte da redação de O Tempo e o Modo, até ser expulso, em 1971, por uma maioria maoista associada ao Movimento Reoganizativo do Proletariado Português (MRPP). Entretanto, ainda em 1971, publica Pensar Portugal Hoje, e, em 1974, Indústria, Tecnologia e Quotidiano. Nesse mesmo ano, logo após o golpe militar de 25 de Abril, torna-se o principal responsável pela área económica da revista Vida Mundial, dirigida por Augusto Abelaira. A convite de João Cravinho entra, em Março de 1975, para o IV Governo Provisório como secretário de Estado da Indústria e da Tecnologia do IV Governo Provisório e está, por isso, à frente do processo de nacionalizações. No entanto, demite-se do cargo em julho desse mesmo ano. Em 1976, publica O Socialismo, a Transição e o Caso Português e apoia criticamente a candidatura presidencial de Otelo Saraiva de Carvalho, assinando uma carta aberta ao próprio publicada pela imprensa nacional e estrangeira. Ainda em 1976 ajuda a fundar a Gazeta da Semana (mais tarde, em 1980, Gazeta do Mês), da qual será diretor. Publica, em 1980, Sistemas Económicos e Consciência Social e, em 1983, No Reino dos Falsos Avestruzes: provavelmente o livro mais polémico do autor, merecendo críticas e elogios de diversos setores político-partidários. Dois anos mais tarde, vota em Maria de Lurdes Pintasílgo apesar de esta não lhe criar particular entusiasmo político. Em 1987 apoia a campanha para as eleições europeias do Partido Socialista Revolucionário (PSR) e entra para a redação do seu jornal Combate – do qual fará parte até 2003. Entretanto, em 1989, publica O Dito e o Feito: livro diarístico mas de fundo político. Apesar de não ser militante, intervem no congresso de fundação do Bloco de Esquerda, em 1999. Em 2005 publica o seu último livro em vida, Para a História da Indústria em Portugal: 1941-1965: adubos e siderurgia. Morre em novembro de 2008, vítima de cancro.
-João Moreira
António de Castro e Silva nasceu em 1890 em S. João da Foz do Douro, concelho do Porto.
Participou na I Guerra Mundial, tendo combatido nas Campanhas do Sul de Angola (1915) e no Corpo Expedicionário Português em França (1917) enquanto Alferes-Instrutor.
Em 1919, participou no movimento contrarrevolucionário conhecido como "Monarquia do Norte" , tendo sido afastado do efetivo do Exército.
Nos anos seguintes, dedicou-se à eletrotecnia, tendo dirigido a eletrificação de Ponta Delgada (1924) e Covilhã (1928).
Só em 1931 voltaria a exercer funções oficiais, entrando em dezembro para a Polícia Internacional Portuguesa (PIP) no Porto. Transferido para Lisboa em 1934, desempenhou diversas funções na Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) enquanto inspetor-adjunto, sendo o oficial encarregue durante alguns anos, pela segurança pessoal de António de Oliveira Salazar.
Em abril de 1938 parte para Espanha para combater na Guerra Civil ao lado das tropas de Franco, tendo sido incorporado na Legião Espanhola e comandado a 63ª Companhia da Legião, que fazia parte da 16ª Bandera.
Regressaria a Portugal em Agosto do mesmo ano, reintegrando a PVDE e ficando, a título provisório, a cargo da direção da Delegação da PVDE no Porto. De volta a Lisboa, desempenhou funções no Serviço de Estrangeiro e, mais tarde, nos serviços-gerais e radiotransmissões da PVDE.
Em maio de 1948 é nomeado subdiretor da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) para a Subdiretoria de Lisboa. Viria a aposentar-se em 1950.
Publicação editada pela União dos Estudantes Portugueses em França. Ao longo da publicação mudou o subtítulo, tendo sido publicado entre 1965 e 1966 uma primeira série e iniciada uma nova em 1969.
Alexandre Vieira (Porto, 11 de Setembro de 1880 — Lisboa, 26 de Dezembro de 1973) foi um operário gráfico, jornalista e publicista ligado ao movimento operário e ao anarco-sindicalismo, figura marcante na agitação operária e nos acontecimentos revolucionários que caracterizaram a Primeira República Portuguesa e os anos posteriores.
Foi um destacado militante sindicalista, fortemente empenhado na acção do movimento sindical revolucionário e na luta pela melhoria da condição operária. Foi redactor de vários jornais ligados ao movimento operário, e o primeiro director do periódico operário A Batalha e teve grande actividade na Universidade Popular Portuguesa. Também colaborou na revista Renovação (1925-1926). Defendeu o regime de trabalho das oito horas, e criticou o regime de empreitada que então estava em vigor. Foi o autor de alguns livros, dedicados principalmente à sua profissão, tendo deixado a sua vasta bibliotea ao Sindicato dos Trabalhadores Gráficos do Sul e Ilhas Adjacentes.
Faleceu em 1973, assassinado pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado, devido aos seus esforços contra o regime ditatorial e a favor dos direitos dos trabalhadores.
Em 1978 foi um dos três tipógrafos mortos pela PIDE que foram homenageados pelo Sindicato dos Trabalhadores Gráficos, em conjunto com Agostinho Fineza e José Moreira. Em 1979 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o sindicalista e historiador dando o seu nome a uma rua no Bairro 2 de Maio.
Esteve em exilio entre 1928 e 1932, em França.