Divulgação sobre duas brochuras do Espólio de Pinto Quartin, que articulam Feminismo e Eugenia, por Ricardo Gomes Moreira, estudante de doutoramento em Antropologia no ICS-ULisboa. Inclui também secção sobre recente disponibilização da Coleção da Associação Tchiweka de Documentação (ofertada em junho de 2023); sobre um documento do Espólio de Pinto Quartin, escolha do arquivista do AHS, João Pedro Santos, e sobre a Exposição temporária "Há sempre alguém que diz não".
Moreira, Ricardo GomesEste número do mensário debruça-se sobre o espólio de António Pinto Quartin, fundo decisivo para a criação do Arquivo Histórico das Classes Trabalhadoras em 1979.
Conta com contributos de Goretti Mattias com o texto "Breve apontamento sobre o Boletim de Estudos Operários (1982-1985)" e de José Nuno Matos, do ICNOVA (Universidade Nova de Lisboa), com o texto "A Imprensa Operária na I República: O Avante!: diário operário da tarde (1919)".
Inclui também a escolha do arquivista por João Pedro Santos com o texto "Senhor Presidente do Conselho: Cartas de opositores a Salazar".
Introduz uma novidade no catálogo, disponíveis para consulta presencial, com marcação prévia: o espólio de Luís Henrique Silva, que complementa o de Alfredo Henrique Silva, seu pai, nas redes de solidariedade cristã, num tempo longo.
Destaque ainda para a exposição a Paz, o Pão, a Habitação, com base em autocolantes do fundo de António Costa Pinto, celebrando os 50 anos de abril, no átrio do ICS-ULisboa (até setembro de 2024).
Cova, A. (2010). "O Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (1914-1947)" in Notícias: temas e notícias da cidadania e da igualdade de género, 84, pp. 14-18. https://repositorio.ul.pt/handle/10451/12069
Nascido em Lisboa em 1914 e encerrado pelo Estado Novo em 1947, o CNMP foi a mais duradoura associação de mulheres em Portugal. Um terço (os doze primeiros anos) da existência do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP) é passado num regime republicano, enquanto os dois terços seguintes (vinte e um anos) o são numa ditadura militar (1926-1933) e sob o Estado Novo que se inicia em 1933. O período de ouro do CNMP acontece nos anos vinte, com a organização de dois congressos feministas (1924 e 1928) sob a longa presidência de Adelaide Cabete, de 1914 a 1935. É precisamente este período republicano que nos interessa evocar rapidamente, dando a ênfase sobre a génese do CNMP que era uma federação feminista.