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PT/AHS-ICS/DIV-02C-2019 · Item · 2019
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Guapindaia, Mayra Calandrini, 2019, O Controle do Fluxo das Cartas e as Reformas de Correio na América Portuguesa (1796-1821), Tese doutoramento em História. Universidade de Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, 2019, https://repositorio.ul.pt/handle/10451/39740

No Império português, os manuscritos foram a principal maneira de manter comunicação à distância, sendo os documentos escritos essenciais não só para a circulação de normas políticas e administrativas como também necessárias ao trato comercial e ao envio de notícias de interesse particular. Tendo em vista a crescente importância da comunicação à distância para a manutenção política e econômica de Portugal, a circulação epistolar foi alvo de preocupação constante da monarquia desde o século XVI. Inicialmente, a necessidade de uma estrutura postal foi solucionada por meio da doação da mercê do serviço à um vassalo real. Isso resultou na criação do ofício de Correio-mor em 1520 do Correio-mor das cartas de mar em 1657. Posteriormente, esses ofícios foram vendidos em caráter hereditário para os Gomes da Mata, e esteve sob posse desta família até 1797. A extinção do ofício de Correio-mor marcou um ponto de inflexão estratégico em relação às políticas do período anterior. A mudança, gradual e não-linear, de um paradigma de governo corporativo para outro, calcado em ideais centralizadores teve impacto na organização administrativa dos correios. A partir desse momento, a Coroa passou a entender que deveria controlar diretamente o fluxo postal. Essa tese tem como objetivo investigar o papel das reformas de Correio nos planos políticos e administrativos da Coroa portuguesa nos últimos anos do século XVIII, tendo como objeto de estudo o caso específico da implantação na América portuguesa. Este foco de análise foi escolhido como forma de compreender até que ponto as medidas reformistas surtiram os efeitos desejados pela Coroa no espaço colonial. Isso por que as próprias lacunas das normas centrais e os contextos locais não permitiram um processo de centralização coeso, no qual existisse um sistema único e integrado de Correios. Os ideais mais antigos a respeito da organização do fluxo das cartas por meios não-institucionalizados ainda subsistia nas formas de governar dos agentes da Coroa no além-mar.