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Newsletter #22 setembro 2021
PT/AHS-ICS/DIV-04-22 · Item · 2021-09
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

texto de divulgação do acervo do AHS, sobre brochura do espólio de Pinto Quartin com os estatutos da Sociedade Portuguesa de Vegetarianismo, por Joana Bénard da Costa, revisão de Rita Almeida de Carvalho.

Joana Bénard da Costa
A Urgência da Palavra Impressa: livro
PT/AHS-ICS/DIV-02B-2023-06 · Item · 2023
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

A Urgência da Palavra Impressa. A imprensa dos «intrépidos adolescentes» contra a ditadura (1970-1974)
Jorge Ramos do Ó, Rui M. Gomes
Tigre de Papel

Nos liceus, os números dos matriculados não enganam quanto ao caráter elitista da sua frequência. Em 1970 estavam matriculados 14 870 alunos e, embora em 1973 se confirmasse um acentuado crescimento de 50%, apenas 22 994 alunos frequentavam esta fileira do ensino secundário. Trata-se do maior aumento do contingente liceal durante o Estado Novo, facto a que não são alheios quer a recomposição do tecido económico e social da ditadura quer o crescimento das aspirações sociais e educativas de setores mais alargados da população.

As novas aspirações sociais têm repercussões visíveis e invisíveis, que se multiplicam em surdina, lentamente, ou que se apresentam de modo urgente e ruidoso. Os adultos destes grupos sociais aproveitaram a situação tornando-se notados pelos novos comportamentos de consumo e pela pressão ansiosa sobre o percurso escolar da descendência, mas alguns dos filhos adolescentes optaram por fazer um caminho mais rápido e concluíram muito cedo que a nova vida podia ser acelerada se tomassem a palavra e rompessem com as amarras institucionais da ditadura.

Criar uma nova esfera pública em que pudessem expressar a sua autonomia passa a constituir um programa. Uma parte da construção dessa nova esfera pública foi feita por meio de instrumentos que hoje são parte dos adquiridos pela geração que nasceu depois do 25 de Abril: a liberdade de falar, de escrever, de produzir e difundir informação a partir do livre arbítrio individual e da organização e cooperação em grupo. Para os que hoje participam diariamente nas redes sociais e conhecem a imprensa livre é difícil perceber esta história feita de algum arrojo, porque envolvia a perseguição de um estado policial. Porém, nos primeiros anos da década de 1970, estes meios não existiam; pior, a imprensa livre não existia e quem a quisesse construir teria de se dispor a desafiar os instrumentos de controlo, vigilância e repressão da ditadura. Foi neste contexto que se construiu a aventura da imprensa estudantil do ensino secundário no período terminal da ditadura. É dessa história que são feitas as páginas deste livro.

PT/AHS-ICS/DIV-02B-2024-06 · Item · 2023
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Monografia de Simone Tulumello, pela Tigre de Papel, 2023.

Este livro volta ao campo da habitação em Portugal para ir além da “crise” que o atravessa: problematiza a própria ideia de “crise” ao mesmo tempo que traça caminhos possíveis para a ultrapassar. Este livro debate, através das políticas públicas, a centralidade do Estado na determinação do acesso à habitação; e o conflito que tem historicamente determinado o equilíbrio de forças entre o direito à habitação e a utilização da habitação enquanto instrumento de lucro e especulação. Este livro volta à história da habitação – das suas políticas, conflitos e direitos – nos 48 anos de democracia para perceber como chegámos aqui. E abre no espaço, com exemplos de outros países, e no tempo, com uma reflexão sobre o Período Revolucionário em Curso, para pensar como podemos sair da “crise” da habitação.

Mulheres e Associativismo em Portugal, 1914-1974: livro
PT/AHS-ICS/DIV-02B-2022-12 · Item · 2022
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Mulheres e Associativismo em Portugal, 1914-1974
Anne Cova, Vanda Gorjão, Isabel Freire, Ana Costa Lopes, Natividade Monteiro
Editado pela Imprensa de Ciências Sociais

Este livro inscreve o estudo do associativismo feminino numa história de longa duração que cobre seis décadas. Obra de história das mulheres, sem esquecer as histórias de vida nem a abordagem biográfica, é também um contributo primordial para a história política de Portugal no século xx, focando aspetos como as relações entre a sociedade civil, as elites políticas e os regimes em vigor, a participação nas duas guerras mundiais, a política colonial, as formas de adesão ou de resistência à ditadura, o lugar das mulheres e das questões que lhes estão ligadas nas aspirações democráticas e na oposição ao Estado Novo.

Para as mulheres que só tardiamente obtiveram direitos políticos, como aconteceu em Portugal, o associativismo desempenhou um papel relevante na sua politização, ao permitir-lhes participar na vida pública, na assunção de responsabilidades e na tomada de consciência delas próprias e das suas capacidades.

Os contornos móveis da articulação entre feminismo, pacifismo, antifascismo, socialismo e anticolonialismo são, aliás, uma das chaves de leitura da história de várias organizações de mulheres e são objeto de debate historiográfico neste livro, que conjuga as abordagens e os métodos de duas disciplinas: a história, sensível aos contextos e às mutações, e a sociologia, mais preocupada em construir modelos ou com a análise quantitativa e gráfica das redes.
Françoise Thébaud, Université d’Avignon

Les Féminismes: livro
PT/AHS-ICS/DIV-02B-2024-03 · Item · 2024
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Les Féminismes:Une histoire mondiale 19e–20e siècles, editado por Yannick Ripa Françoise Thébaud, pela Textuel, 2024.

reúne contributos de mais de 30 autores.
Inserida no capítulo “Le Féminisme s’organise à l’échelle nationale et internationale, 1870-1920, a vinheta dedicada a Adelaide Cabete (1867-1935), inclui duas fontes salvaguardadas pelo AHS. Uma é a reprodução de um postal produzido pelo Conselho Nacional das Mulheres portuguesas, retratando em 1928 este colectivo, e que nos últimos anos tem sido a imagem de fundo do catálogo digital do AHS (ver Mensário #1). A outra é um retrato inédito desta republicana médica ginecologista, proveniente do Espólio PQ. A vinheta é assinada por Anne Cova

Newsletter #28 março 2022
PT/AHS-ICS/DIV-04-28 · Item · 2022-03
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

texto de divulgação do acervo do AHS, sobre o catálogo da Exposição de Livros Escritos por Mulheres, janeiro de 1947, por Joana Bénard da Costa, revisão de Rita Almeida de Carvalho.

Joana Bénard da Costa
PT/AHS-ICS/DIV-02C-2021-07 · Item · 2021
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Pires, S. M. da C. (2021). Os militares portugueses e a descolonização em Cabo Verde [Tese de doutoramento, Iscte - Instituto Universitário de Lisboa]. Repositório do Iscte. http://hdl.handle.net/10071/23083

Objeto de estudo: a intervenção dos militares portugueses no decurso da descolonização e transição para a independência em Cabo Verde, entre 25 de Abril de 1974 e 5 de julho de 1975. Analisa-se a ação militar e política das forças armadas locais, nas relações estabelecidas tanto com a população como com as correntes nacionalistas, de modo a apurar em que medida contribuíram para a fase final da descolonização. Principais questões de pesquisa: emergência da identidade cabo-verdiana; passagem das formas de resistência ao colonialismo na longa duração para a estruturação do nacionalismo cabo-verdiano novecentista; impacto da realidade colonial nas atitudes ou predisposições dos militares expedicionários; formas de organização e participação política das forças militares locais. Justificação: na literatura sobre a componente militar portuguesa da descolonização são notórias duas lacunas: os estudos sobre a participação militar no processo da Descolonização, nomeadamente do MFA privilegiam o papel dos centros de decisão metropolitanos; a análise centra-se nos espaços coloniais em que houve luta armada. Delas resulta a carência de estudos sobre a intervenção dos militares estacionados em Cabo Verde. Domínio científico e metodológico: Tema de História Política e Social assente no cruzamento da História Colonial com a História de Cabo Verde. Metodologicamente: recurso à História narrativa para a reconstituição dos acontecimentos; cruzamento alargado de fontes de arquivo com fontes sitográficas; recurso à História Oral; cruzamento de documentação militar e de instituições governamentais; diplomática, panfletária, legislativa, de imprensa periódica; levantamento de literatura memorialística e de testemunhos orais transcritos; documentários filmados. Dos resultados apurados sublinham-se: cronologias detalhadas (legislação colonial; revoltas anticoloniais; processo político 1974-1975; visitas da ONU); levantamentos (presos políticos; efetivos militares e militarizados antes e depois de abril 1974); caracterização global dos movimentos nacionalistas. Foi possível concluir que as forças armadas (FAP e MFA) participaram ativamente na vida do arquipélago, e que a conjugação da função militar com a forma como foram assumindo decisões políticas asseguraram a transição pacífica à independência, num ambiente com frequência explosivo.

Conversas com Glicinia: documentário
PT/AHS-ICS/DIV-07EMP-2004-12 · Item · 2004
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Documentário sobre a actriz Glicínia Quartin por ocasião do seu 80º aniversário. A sua família, o anarco-sindicalismo, a Escola-Oficina nº 1, as leituras em casa dos pais, as prisões, o Mud Juvenil, os teatros experimentais, os surrealistas, o encontro com José Ernesto de Sousa e o desabrochar do Cinema Novo com “Dom Roberto”, a Itália, a fantasia, Beckett, Genet, Vitor Garcia, o encontro com Luís Miguel Cintra – uma vida em movimento.

"Gosto tanto de a ouvir falar, à Glicínia. Mas não queria que ela falasse só comigo. Por isso fiz este filme, para partilhar as minhas conversas com Glicínia Quartin."
Jorge Silva Melo

"Não sei do que gosto mais, se de ouvir o que pensa (que não pára de pensar), se de a ouvir contar tanta vida que viveu (que não sabe estar parada sem viver), se de a ver brincar (que a vida para ela tem de ser festa). Gosto de a ver representar: pensa, mexe-se, brinca, imagina e enquanto representa conta coisas que conhece do que viu nos outros. Conversa, de facto (“não achas?”, “lembras-te?”, “e tu?”, “quero perguntar-te uma coisa”), curiosa de mim, de ti, de todos os outros e de todas as coisas, firme no que decide e a querer saber o que o outro quer, sempre a pedir esse “tu”. Inventa-se e inventa espaço. Transporta a alegria. Sem peso. Sempre em movimento. Porque vive em sedução. E porque ama como ninguém a sua e a minha e a tua e a nossa liberdade. Há mais actriz? Há mais pessoa? Melhor amiga?"
Luís Miguel Cintra

Realização de Jorge Silva Melo. Produção Artistas Unidos. 55 minutos. O Documentário teve exibição comercial, e passou na RTP

Viva a República, 1910-2010: exposição temporária
PT/AHS-ICS/DIV-07EMP-2010-06 · Item · 2010
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Registo de empréstimo de documentação original para a exposição Viva a República, 1910-2010: exposição temporária, organizada pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República

Coordenação científica de Luis Farinha.

O catálogo da exposição reproduz 2 documentos salvaguardados pelo AHS:
"Ao Povo: guerra à guerra" (p. 53)
(PT-AHS-ICS-PQ-P-035)

"Manifesto aos trabalhadores conscientes" (p. 76)
(PT-AHS-ICS-PQ-P-122)

PT/AHS-ICS/DIV-07EMP-2010-10 · Item · 2010
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Registo de empréstimo de documentação original para a exposição Percursos, Conquistas e Derrotas das Mulheres na 1ª República: exposição temporária, organizada pelo Grupo de Trabalho para as Comemorações Municipais do Centenário da República, CML e Biblioteca Museu República e Resistência, em 2010

Coordenação científica de Zília Osório de Castro (Faces de Eva).

O catálogo da exposição reproduz 2 documentos do AHS:
Postal do CNMP por altura do II Congresso Feminista e de Educação em 1928
(PT-AHS-ICS-PQ-F-074), p. 39

Retrato de Alice Pestana (Caiel)
p. 86. e p.134
(fora de catálogo)

Voltar: Mário Sacramento: a hora do ensaio
PT/AHS-ICS/DIV-07EMP-2022-06 · Item · 2022
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

04 Jun a 30 Out '22
Curadoria de António Pedro Pita

Com curadoria de António Pedro Pita e Odete Belo, a exposição “propõe a (re)descoberta de um pensamento teórico e prático, importante no período cronológico em que se desenvolveu e muito relevante para entender as aspirações e os problemas, as tensões e as possibilidades, os obstáculos e os impasses que marcaram o século XX português. A exposição resulta em grande parte de pesquisa no espólio do ensaísta. Sonda tumultuosas profundidades, recupera a voz de Mário Sacramento, sugere a mesa do trabalho teórico: artigos e apontamentos, anotações em livros, desenhos, sucessivas reformulações de textos entretanto publicados, interlocuções decisivas, a extensão no tempo de uma maturação relativamente frustrada, verso e reverso de uma situação dramática: um intelectual português que adentra problemas centrais da sua época sem condições para elaborar integralmente as respostas entretanto intuídas. O regresso de Mário Sacramento permite re-visitar, para repensá-lo, esse drama que marcou o século XX”.

PT/AHS-ICS/DIV-07EMP-2024-002 · Item · 2024-04-20 - 2024-12-28
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Exposição "Da Resistência à Liberdade”; Palacete do Morgado da Casa da Cova/Condes de Sampayo, em Alhos Vedro; organizada pelo Departamento de Cultura, Património e História Local da Câmara Municipal da Moita.
Texto de apresentação:
"(…) Pretende-se abranger uma linha temporal desde a ditadura ao pós-abril, dando destaque aos acontecimentos e ação no concelho da Moita.
Parte desta exposição conta, ainda, a partilha emocionada de testemunhos de figuras do nosso concelho que viveram antes e depois da ditadura. Adriano Encarnação, Ana Tomás, António Chora, Daniel Justo, Dores Nascimento, Guilhermina Dias, Luís Chula, Marcolino Fernandes e o Padre Fernando Belo partilharam com a equipa da Câmara Municipal vivência únicas que estarão nesta exposição".

PT/AHS-ICS/DIV-02C-2021-12 · Item · 2021
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Carvalho, J. L. C. D. de (2021). O Movimento Operário na Monarquia Constitucional: do debate público à mobilização política (1865-1877) [Tese de doutoramento, Iscte - Instituto Universitário de Lisboa]. Repositório do Iscte. http://hdl.handle.net/10071/23353

Esta dissertação analisa o movimento operário português entre o 1º Congresso Social (1865) e o 1º Congresso dos Operários Socialistas de Portugal (1877). Para o período coberto é possível constatar a importância do movimento operário na sociedade e as ruturas e continuidades entre congressos pioneiros da responsabilidade do movimento operário, mas, totalmente distintos na sua génese e objetivos. A expansão e transformação do movimento operário, com a implosão do "Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas", o aparecimento de um novo modelo de associativismo, da "Associação Internacional dos Trabalhadores" e, mais tarde, o "Partido Socialista", resulta num processo histórico que é constantemente acompanhado por um crescente debate público. Não é menosprezada a dinâmica entre o socialismo e um outro movimento político ascendente que se pretende fora do sistema, o "Partido Republicano". Pretendemos integrar o movimento operário português num horizonte mais amplo da vida política e social do país, expor um quadro de relações entre o universo político do liberalismo, o das práticas operárias e o das elites culturais despertas para a "questão social". Assim, a investigação coloca o pressuposto de que o movimento operário existe numa constante, heterógena e multifacetada dinâmica na esfera pública que com ele se articula e o alimenta, estabelecendo sempre entre esses dois polos poderosas ligações.

PT/AHS-ICS/DIV-02C-2012-10 · Item · 2012
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Gomes, S. P. A. R. (2012). O esperantismo em Portugal (1892 a 1972): origens, afirmação e repressão [Dissertação de mestrado, Iscte - Instituto Universitário de Lisboa]. Repositório do Iscte. http://hdl.handle.net/10071/5177

O surgimento e afirmação do esperantismo em Portugal é o tema desta dissertação, tendo-se delimitado o estudo ao período temporal entre 1892, ano da primeira publicação sobre a língua Esperanto em Portugal, e 1972, ano em que o Estado Novo permitiu a refundação da Associação Portuguesa de Esperanto. Organizado inicialmente nos centros urbanos de Lisboa e Porto, os primeiros cultores do Esperanto tinham origem numa pequena burguesia progressista, orientados por interesses comerciais, cosmopolitas e pacifistas. A partir do período da 1.ª Guerra Mundial o esperantismo estende-se ao operariado, que em grande medida o cultiva de forma politizada, o que trará a partir da década de 1930 uma resposta repressiva por parte da ditadura. Desta data até 1972 o esperantismo viverá décadas de ambígua e intermitente implantação, ora com liberdade e autonomia, ora com proibições e perseguições. A investigação pretendeu abranger duas dimensões. Primeiro, perceber em que medida o esperantismo português se compara com o movimento internacional, de génese europeia e por isso modelado pelas complexidades da história do século XX. Depois, sendo uma investigação enquadrada na área da Museologia procedeu-se, em paralelo com a reconstituição histórica, a um recenseamento de objectos passível de apresentar expositivamente o percurso do esperantismo português no período em análise.

PT/AHS-ICS/DIV-02C-2011-09 · Item · 2011
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Figueiredo, Cláudia Alexandra Gonçalves
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em História Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa

Este trabalho é uma monografia do Teatro Livre, uma sociedade teatral que funcionou em Lisboa entre 1902 e 1908. Formado por um colectivo de intelectuais libertários, socialistas e republicanos próximos do movimento operário, o Teatro Livre foi uma tentativa de educação das massas e de transformação da ordem social pelo teatro. Elaborada no âmbito da História da Cultura Contemporânea, esta dissertação pretende compreender a natureza e o significado político deste projecto estético. Para tal, recorreu-se não apenas à leitura de algumas das peças encenadas mas também às fontes empíricas que nos permitiram integrar esta experiência cultural numa escala nacional e internacional mais alargada.

PT/AHS-ICS/DIV-02B-1986-03 · Item · 2023
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Artesãos e Operários: Indústria, Capitalismo e Classe Operária em Portugal (1870-1934)
Maria Filomena Mónica
Editado pelo ICS-ULisboa

Livro de importância decisiva na evolução dos estudos histórico-sociológicos sobre a classe operária em Portugal, aqui considerada no período de 1870 a 1934. Recusando abordar a classe operária como uma totalidade homogénea, a autora procura antes apreender e delinear a sua diversidade essencial e as complexas circunstâncias que explicam essa diversidade. Merecedora de relevo é a tentativa feita para avaliar as condições de vida do operariado, não só materiais, mas também culturais, problema amplamente debatido noutros países, mas muito pouco estudado entre nós. E aqui, de novo, tem de referir-se o esforço constante para fugir a fáceis generalizações, apontando as enormes distâncias e diferenças que separavam, uns dos outros, diversos sectores da classe operária.

PT/AHS-ICS/DIV-02C-2010 · Item · 2011
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

O sindicalismo português entre 1933 e 1974:orientações políticas e estratégicas do Partido Comunista Português para a luta sindical
Lopes, Maria Filomena Rocha
Tese de doutoramento, História (História Contemporânea), Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2012 http://hdl.handle.net/10451/7351

O Sindicalismo português, na transição da Ditadura Militar para a plena institucionalização do Estado Novo, caracteriza-se por duas vertentes essenciais: a busca pela reorganização do tecido sindical, destruído por medidas governamentais de repressão e pela ilegalização das principais organizações sindicais, e por uma ampla discussão em torno de opções de carácter ideológico, orientadores da acção sindical. Esta transição provocará a ruptura nas organizações sindicais, colocando à margem da lei as suas principais estruturas, com recurso a métodos coercivos e punitivos, implacavelmente aplicados pela PVDE, sobre estas organizações e os seus principais dirigentes. A legislação laboral de 1933 rompe com o sindicalismo livre impondo sindicatos únicos de feição nacionalista, colaboracionistas, servis em relação aos interesses económicos nacionais e sustentados por uma negação dos princípios do internacionalismo, da pluralidade, da solidariedade e da liberdade de acção sindical que tinham caracterizado o sindicalismo português. O Estado Novo destrói, com recurso a acções de extrema violência, a liberdade sindical e o que restava de sindicalismo livre de cariz operário, diabolizando estas organizações, bem como os dirigentes e as ideologias que os sustentavam. Esta ruptura na evolução do movimento sindical português leva-nos ao lado negro da luta sindical, a clandestinidade. O PCP clandestino organiza a luta impondo aos seus dirigentes e militantes um código de silêncio conspirativo. A luta sindical coloca em risco, militantes e dirigentes sindicais comunistas pelas consequências que advêm da luta. A prisão, os interrogatórios, a perda de direitos, a deportação e quantas vezes a morte em vida são o preço a pagar pela luta sindical. A clandestinidade marca a existência destes dirigentes. A aparente abertura do regime após a II Grande Guerra e a convocação de eleições permitiu a formação de organizações de oposição como o MUD e o MUDJ. No entanto a realidade demonstrou a burla com que Salazar pretendia mascarar o regime. As condições impostas a dirigentes e militantes comunistas são de tal forma rigorosas que muitos abandonam o país para só regressarem após a revolução de 25 de Abril de 1974.

PT/AHS-ICS/DIV-02C-2009 · Item · 2009
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Accornero, Guya, 2009, Efervescência estudantil:estudantes, acção contenciosa e processo político no final do Estado Novo (1956-1974), Doutoramento, ICS-ULisboa, Universidade de Lisboa, https://repositorio.ul.pt/handle/10451/321

O movimento estudantil, um dos mais activos contra o Estado Novo nas suas últimas décadas, intensificou-se a partir de 1956, quando os estudantes conseguiram bloquear a tentativa do Governo de pôr as associações académicas sob o seu controlo. Isso coincidiu com uma conjuntura internacional que provocou profundas consequências na política contenciosa. O XXº Congresso do PCUS, com as consequentes crises nos países satélites da União Soviética e com a eclosão do conflito com a China, e o Civil Rights Movements nos Estados Unidos, foram os elementos mais salientes. A nível interno, os seus efeitos foram amplificados pela campanha eleitoral do General Humberto Delgado em 1958 e pelo início da guerra colonial em 1961. Estes factores contribuíram para a emergência em Portugal de um amplo ciclo de protesto, que concorreu para a politização do sector estudantil e na sua fase final, caracterizada por uma forte repressão, para a radicalização da oposição política, com o aparecimento das primeiras formações maoístas. Em 1967 inícia-se um segundo ciclo de protesto, cuja trajectória difusa motiva a definição de conflitualidade permanente , impulsionado pela descompressão política iniciada por Marcelo Caetano em 1968 e pela contestação estudantil que, sobretudo com o Maio de 68 , estava a eclodir em toda Europa. As últimas fases da luta contra o regime foi dominada pelo issue da guerra colonial e por um forte movimento de resistência à incorporação militar. A mobilização e politização estudantil, por seu lado, estendeu-se através um mecanismo de difusão a variados sectores sociais, como o das Forças Armadas, e contribuiu para criar as condições para a mobilização que caracterizou a primeira fase da transição portuguesa, aberta pela Revolução de 25 de Abril 1974. Este ciclo de protesto confluirá portanto no chamado Processo Revolucionário em Curso (PREC), começando a refluir só depois das eleições de 25 de Abril 1975.
PT/AHS-ICS/DIV-02C-2008 · Item · 2008
Parte de A Divulgação AHS/ICS-ULISBOA

Duarte, Maria João Raminhos, 2008, Oposição à ditadura militar e ao «Estado Novo» no Algarve (1926-1958) : o caso do Concelho de Silves, Doutoramento, Universidade de Lisboa, https://repositorio.ul.pt/handle/10451/577

Em Portugal, com o golpe militar de 28 de Maio de 1926 teve início uma Ditadura Militar que culminou num novo regime, o Estado Novo , também de cariz ditatorial, que se institucionalizou com a aprovação da Constituição de 1933 e que se manteve até 25 de Abril de 1974. Este regime foi sempre marcado por um acentuado autoritarismo do Estado, que impôs aos portugueses um forte dirigismo político, económico e social, mantido por diversas instituições repressivas e policiais. Desde o seu início, o regime foi combatido por uma oposição proveniente de vários sectores da sociedade portuguesa. Entre estes, contam-se alguns sectores militares, vários núcleos republicanos, as organizações operárias, o Movimento Nacional-Sindicalista, o PCP e outros movimentos democráticos surgidos após a II Grande Guerra Mundial. Todos eles foram duramente reprimidos, quando não eliminados, pelo Estado Novo . Este trabalho debruça-se particularmente sobre a oposição ao regime ditatorial no concelho de Silves no período entre 1926 e 1958. Paralelamente foi feito o estudo da implementação do regime ditatorial a nível local, das suas instituições e apoiantes. A cidade, que se caracterizava por um forte movimento operário ligado à indústria corticeira e pelo republicanismo democrático da sua elite local, destacou-se, desde o primeiro momento, no combate à ditadura. Em Silves, houve opositores de todos os tipos. Neste âmbito foi feita a história desses movimentos, biografados os seus protagonistas e identificadas as suas actividades e influência dentro e fora do concelho. De igual modo se estudou a repressão social, civil e política, a depuração administrativa e, por último, a repressão formal e a violência. A expulsão da função pública, os despedimentos, as torturas, as prisões e o desterro prolongado fazem parte da memória colectiva da cidade que aqui se pretendeu preservar.