«Diário» de Leal Marques sobre a formação do primeiro governo de Salazar, por Fátima Patriarca – apresentação, Análise Social, Vol. XLI (1.º), 2006 (n.º 178), pp. 169-222: http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1292586680B6rEQ0vz0Ul94UZ1.pdf
Exposição "1936, 70 anos depois Memória e História Tarrafal e Guerra Civil de Espanha", no ANTT, organizada por Fátima Patriarca, Catarina Guimarães, Cristina Ribeiro e Inês Correia.
Esta exposição exibiu 10 documentos do AHS:
Relatório da Delegação em Madrid do Partido Comunista Português, SPIC, sobre a atividade do PCP com a caracterização das diferentes forças políticas que integram a Frente Popular Portuguesa. Madrid, 23.11.1936
(F.495, op. 10a, d. 262, AHS-IC, Doc. 112, maço 32, Caixa 2)
Solidariedade. Órgão Central da Secção Portuguesa do Socorro Vermelho Internacional, II Série, n.º [ilegível], 1937
(F.539, op. 3, d. 1021, AHS-SVI, Doc. 480, Caixa 23).
Carta da Secção Portuguesa do Socorro Vermelho Internacional (SVI), assinada por Jorge, dirigida aos serviços centrais do SVI, fazendo referência a cartas de junho a dezembro de 1936 bem como ao clima político em Portugal. Lisboa, 24.01.1937
(F.539, op. 3, d. 1021, AHS-SVI, Doc. 476, Caixa 23)
Inventario General por Orden de la Cartotega de Nacionalid Portuguesa, Lista n°1, do Estado Maior da Base das Brigadas Internacionais. Barcelona, 26.05.1938
(F. 545, op. 6, d. 816, AHS-BI, s/n, Caixa 11)
Informacion sobre Berta Mouchet, pseudónimo de Carolina Loff, que refere a sua participação na Rádio Madrid. S.I., 25.11.1938
(F. 545, op. 6, d. 823, AHS-IC, s/n, Caixa 10)
Memórias da Guerra Civil de Espanha, de Manuel António Boto. S. Paulo. Agosto de 1966
PT-AHS-ICS-MAB-2860
Avante!, n.º 20, II Série, O Partido Comunista Português saúda todos os combatentes da Frente Popular Espanhola e espera confiante os resultados da sua abnegada coragem e heroísmo. Agosto de 1936
PT-AHS-ICS-CG-12-20
Avante!, n.º 26, II Série, O povo espanhol resiste e vencerá. . 1a quinzena de Janeiro de 1937
PT-AHS-ICS-CG-12-26
Avante!, n.º 37, II Série, Ofensiva geral do fascismo contra o povo português. A morte de um herói. 1a semana de Junho de 1937
PT-AHS-ICS-CG-12-37
Avante!, n.º 43, II Série, SALUD GLORIOSO POVO ESPANHOL!, 3a semana de Julho de 1937
PT-AHS-ICS-CG-12-43
Publicações de naturezas várias (boletins, estudos, catálogos, notas informativas, newsletters, mensários) produzidas pelo AHS ao longo da sua existência (f. 1979) para divulgar o seu acervo e atividades conexas.
Arquivo de História SocialOliveira, Elisabete (2017). "A Escola Superior de Belas Artes de Lisboa na década de 1960 – acção dos tempos do figurativismo naturalista à liberdade e pluralismo estético" in Convocarte - Revista de Ciências da Arte, nº5, pp. 307-340.
Dez. 2017; https://repositorio.ul.pt/handle/10451/47186
Questionamo-nos: I) Como se pode partir duma ditadura e academismo e ser actor da transformação para a democracia e o pluralismo estético? II) Os actores dessa mudança serão activistas (Actv) ou artivistas (Artv)? O período de ‘60–’65 na ESBAL pareceu-nos um campo de análise privilegiado, insuficientemente estudado, formando actores de uma mudança referencial: atravessando constrangimentos como as lutas estudantis e colonial e a emigração, terão mudado a consciencialização-acção no Ensino Artístico e o sentido sócio-cultural dos posicionamentos/obras individuais e colectivos - em nossa hipótese, do figurativismo naturalista para o pluralismo estético internacional; e activaram dinâmicas sócio-culturais, como na Educação.
Objectivos gerais: Investigar como se pode chegar à criação livre, estético-eco-sociologicamente actuante, partindo dum contexto repressivo; se será legítimo designá-la de actv/artv; e assim, aprofundar a compreensão da complexidade da arte/cultura contemporânea.
Livro colectivo, "A Guerra Guardada: Fotografia de Soldados Portugueses em Angola, Guiné‑Bissau e Moçambique, 1961‑1974", organizado por Maria José Lobo Antunes e Inês Ponte, pela Tinta da China, 2024.
Entre 1961 e 1974, milhares de homens mobilizados para Angola, Guiné‑Bissau e Moçambique tiraram fotografias daquilo que os rodeava. Conservadas para si ou enviadas pelo correio como prova de vida à distância, estas imagens e as histórias que elas escondem foram mantidas durante anos na estreiteza dos seus círculos pessoais. Cinquenta anos depois do fim do conflito, este livro, tal como a exposição homónima no Museu do Aljube que lhe deu origem, parte da pesquisa etnográfica com ex‑combatentes e suas colecções fotográficas para explorar as ligações entre fotografia, memória e história da guerra colonial. Às imagens juntam‑se ainda textos de investigadores e obras de artistas e compositores que, de diversas formas, reflectem sobre o colonialismo, a guerra e o fim do império português.
Editado por Maria José Lobo Antunes e Inês Ponte, pela Tinta da China, a obra tem Textos de Cláudia Castelo, Inês Ponte, Joaquim Paulo Nogueira, Kevin Carreira Soares, Maria José Lobo Antunes, Miguel Cardina, Miso Music Portugal, Paulo Faria, Pedro Aires Oliveira, Rita Luís, Rui Lopes; e Criações artísticas de Ana Vidigal, Daniel Barroca, Daniel Schvetz, Diogo Alvim, Lino Damião, Patrícia Barbosa, Pedro Lima
Pires, Leonardo Alexandre Aboim (2018). A Junta Nacional das Frutas: corporativismo,
desenvolvimento industrial e modernização agrícola no Estado Novo (1936-1974) [Dissertação de mestrado, NOVA FCSH].
Repositório da NOVA FCSH. https://run.unl.pt/handle/10362/58221
O objetivo desta investigação é a análise da relação entre o enquadramento institucional e desenvolvimento económico, procurando a significância histórica deste postulado,
através da compreensão de alguns preceitos como o modelo de intervenção estatal e a rede de organismos e instituições criadas para o cumprimento deste objetivo assim como a regulação do mercado e o comportamento dos agentes económicos e da iniciativa privada.
Este tema é analisado no contexto português, a partir da perspetiva do sector agrícola, através do estudo da ação de um organismo corporativo de coordenação económica, a
Junta Nacional das Frutas (JNF), responsável pela regulação do sector frutohortícola. É nossa intenção refletir sobre inserção desta instituição na economia portuguesa entre as
décadas de 1930 e 1970. Além disso, o que se pretende é também a análise do investimento que a JNF fez em ciência, inovação e know-how de modo a enfatizar as suas
consequências no processo de industrialização e da modernização agrícola em Portugal.
Em suma, a nossa pesquisa baseia-se na apresentação das linhas-chave da atuação da JNF, a sua inserção no contexto do Estado Novo e quais as suas consequências, interpretando o caminho dos objetivos económicos que permite conhecer, não apenas os desenvolvimentos e os sucessos, mas também, as limitações e os fracassos do regime.
Reúne materiais gerados pela Exposição “A Paz, o Pão, Habitação…”: Valores de Abril em Autocolantes; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 22 de maio de 2024 a 30 de Setembro de 2024; Curadoria: Inês Ponte, Annarita Gori, João Pedro Santos, AHS/ICS-ULisboa
"Através de autocolantes que fazem parte do acervo do Arquivo de História Social do ICS-ULisboa, esta exposição evoca os valores fundamentais de Abril: a Paz, o Pão, a Habitação, a Saúde e a Educação, como expressa a canção “Liberdade” escrita por Sérgio Godinho, há 50 anos. Quantos destes valores parecem hoje estar ainda por cumprir? Em jeito de balanço sobre os desafios que ainda se colocam aos valores de Abril, a exposição dialoga também com recursos visuais contemporâneos. Apropriando-nos dos autocolantes, na época um meio de divulgação comum, esta exposição sobre a intemporalidade dos valores de Abril é também uma forma de celebrarmos a expressão popular.
“A Paz, o Pão, Habitação…”: valores de abril em autocolantes tem por base a coleção de autocolantes proveniente de António Costa Pinto, investigador do ICS-ULisboa".
Eusébio, Gonçalo Vargas (2018). "A renascença portuguesa e as universidades populares" [tese de mestrado em História Moderna e Contemporânea], Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. https://repositorio.ul.pt/handle/10451/36266
Sempre procurei ver a História como a ciência que estuda a ação do Homem no espaço e no tempo, melhor dizendo, num determinado espaço físico e num certo período
de tempo: assim no meu percurso académico tentei sempre melhorar o modo como pesquisava as fontes, e escolhia o que achava mais importante, do que entendia como
acessório. Não deixando de ser uma visão subjetiva, o trabalho e rigor que muitas vezes exige enobrece a profissão de Historiador. Um trabalho sempre incompleto, e baseado no que foi escrito anteriormente, mas que tem a grande utilidade de servir como uma fonte para aproveitamento futuro. Nessa perspetiva, um trabalho sobre educação e a história nacional durante um espaço de tempo definido entre a parte final do século XIX, influenciado pela crise de 1891-92 que se seguiu ao “Ultimatum” britânico, e que marcaria a entrada no século seguinte, com novas formas de protesto contra a Monarquia Constitucional, com uma crescente adesão ao republicanismo e a outros movimentos políticos e sociais, e o aparecimento e desenvolvimento de novas iniciativas culturais e cívicas. O surgimento da Renascença Portuguesa e do seu órgão A Águia, insere-se assim na sequência desses movimentos que pretendiam outra sociedade, mais esclarecida e interventiva, um tópico sempre presente ao longo da História, mas que a República veio trazer ainda com mais pertinência.
Almeida, Andreia da Silva. (2017). "A saúde no Estado Novo de Salazar (1933-1968) : políticas, sistemas e estruturas" [Tese de doutoramento em História, na especialidade de História Contemporânea, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. https://repositorio.ul.pt/handle/10451/30337
O presente trabalho de investigação centra-se na análise das políticas de saúde levadas a cabo pelo Estado Novo durante a governação de Salazar, desde o seu início, em 1933, até ao seu ocaso, em 1968. Numa perspectiva global, procedeu-se à análise da evolução dos vários subsistemas – sanitário, assistencial, previdencial - e das respectivas estruturas sanitárias, analisando com maior precisão a evolução do sector hospitalar, que se tornaria central para o regime. Observou-se, da mesma forma, a evolução orgânica do sector, tendo em conta a sua fragmentação por vários ministérios, enfatizando, contudo, a evolução política do Subsecretariado de Estado da Assistência Social e, posteriormente, do Ministério da Saúde e Assistência. Numa dinâmica comparativista, apontaram-se algumas influências internacionais a que foi sujeito o sector, nomeadamente a sua relação com a O.M.S., bem como os ecos, em Portugal, da criação do National Health Service, no Reino Unido. Numa perspectiva globalizante, analisaram-se algumas vozes críticas às orientações políticas nesta área, nomeadamente as levantadas pela oposição preconizada pelo P.C.P., pela pressão da Ordem dos Médicos e de alguma opinião pública, bem como de alguns movimentos católicos. Contextualizadas no âmbito da evolução global do regime, foram apontadas, para o período em estudo, duas fases de fomento das políticas sanitárias concomitantes com dois grandes períodos de crise do Estado Novo, durante o período correspondente à II Guerra Mundial e em 1958, no rescaldo das eleições presidênciais. O presente estudo analisou, ainda, a ideologia do regime face ao papel do Estado na área da saúde, bem como a evolução de algumas profissões sanitárias e a relevância do seu papel político durante o período em estudo. No sentido de avaliar os resultados das políticas de saúde adoptadas pelo Estado Novo de Salazar, encentou-se uma análise à evolução de vários indicadores sanitários, na diacronia e na sincronia, a nível internacional. Nesse sentido, destacou-se a análise à evolução da mortalidade infantil e da mortalidade materna, indicadores, por excelência do nível sanitário de qualquer país, bem como a evolução de algumas patologias infecciosas, como a tuberculose, a malária, a lepra ou a sífilis. A presente análise contemplou, pois, um conjunto de factores influenciadores das políticas sanitárias, do ponto de vista técnico, científico, tecnológico, estrutural, económico e socio-cultural, bem como os resultados dessas mesmas políticas, do ponto de vista da evolução dos indicadores sanitários da população portuguesa. Este estudo prova, pois, que a política de saúde do Estado Novo de Salazar comportou-se como um reflexo da política geral, funcionando os grandes períodos de crise do regime como seus catalisadores. Contudo, o resultado destas opções políticas foi o desenvolvimento de um sistema de saúde fragmentado, descoordenado, não equitativo e não universal, constituído por uma multiplicidade de subsistemas híbridos e frágeis, fomentadores de desigualdades sociais. Durante o Estado Novo de Salazar observou-se, pois, uma continuidade da política assistencialista, supletivista, caritativista e não universalista, ao nível da saúde, observando-se, contudo, uma evolução na continuidade, uma evolução orgânica, política e estrutural, com claras repercussões nos índices sanitários da população portuguesa. Do ponto de vista ideológico, o regime manteve inalterável a sua doutrina oficial - supletivista, caritativista, assistencialista, natalista, conservadora, católica – registando-se, contudo, uma grande incongruência entre a ideologia e a prática políticas, que se avolumou, essencialmente, durante a década de sessenta.
Bandeira, Filomena (2020). "A Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário. Outra forma de fazer política: a propósito da reforma dos serviços escolares (1924-1935)" in Cadernos de História da Educação, v.19, n.1, pp.187-213.
Este artigo insere-se num projeto sobre Escolas e experiências de referência em Portugal no século XX e centra-se no estudo de uma instituição que desenvolve atividades educativas num quadro associativo e para as classes populares. Optámos por uma apresentação descritiva com a intenção de argumentar que a adoção e aplicação de um modelo educativo, inspirado na Educação Nova e conformado a um público específico, assentou numa estratégia sociopolítica, emergente das condições históricas do associativismo operário na primeira metade do século XX e da situação vivida no País com a crise da Primeira República, que desembocou no Estado Novo. No artigo explanamos o processo de reforma dos serviços escolares da Voz do Operário entre 1924-1935, não sem antes apresentarmos uma história sumária da Sociedade, desde o fim do século XIX até à década de 1950, com o objetivo de representar a associação na sua dimensão, atividade e significado social.
A Urgência da Palavra Impressa. A imprensa dos «intrépidos adolescentes» contra a ditadura (1970-1974)
Jorge Ramos do Ó, Rui M. Gomes
Tigre de Papel
Nos liceus, os números dos matriculados não enganam quanto ao caráter elitista da sua frequência. Em 1970 estavam matriculados 14 870 alunos e, embora em 1973 se confirmasse um acentuado crescimento de 50%, apenas 22 994 alunos frequentavam esta fileira do ensino secundário. Trata-se do maior aumento do contingente liceal durante o Estado Novo, facto a que não são alheios quer a recomposição do tecido económico e social da ditadura quer o crescimento das aspirações sociais e educativas de setores mais alargados da população.
As novas aspirações sociais têm repercussões visíveis e invisíveis, que se multiplicam em surdina, lentamente, ou que se apresentam de modo urgente e ruidoso. Os adultos destes grupos sociais aproveitaram a situação tornando-se notados pelos novos comportamentos de consumo e pela pressão ansiosa sobre o percurso escolar da descendência, mas alguns dos filhos adolescentes optaram por fazer um caminho mais rápido e concluíram muito cedo que a nova vida podia ser acelerada se tomassem a palavra e rompessem com as amarras institucionais da ditadura.
Criar uma nova esfera pública em que pudessem expressar a sua autonomia passa a constituir um programa. Uma parte da construção dessa nova esfera pública foi feita por meio de instrumentos que hoje são parte dos adquiridos pela geração que nasceu depois do 25 de Abril: a liberdade de falar, de escrever, de produzir e difundir informação a partir do livre arbítrio individual e da organização e cooperação em grupo. Para os que hoje participam diariamente nas redes sociais e conhecem a imprensa livre é difícil perceber esta história feita de algum arrojo, porque envolvia a perseguição de um estado policial. Porém, nos primeiros anos da década de 1970, estes meios não existiam; pior, a imprensa livre não existia e quem a quisesse construir teria de se dispor a desafiar os instrumentos de controlo, vigilância e repressão da ditadura. Foi neste contexto que se construiu a aventura da imprensa estudantil do ensino secundário no período terminal da ditadura. É dessa história que são feitas as páginas deste livro.
Exposição "Amilcar Cabral," Palácio Baldaya, org. pelo IHC. Documento: da série JL-MNA-73: PAIGC actualités, nº 35. Foi digitalizado externamente e seguiu para exposição. Comissão Comemorativa dos 50 anos 25 de Abril
"A exposição sobre Amílcar Cabral é inaugurada no ano em que passa meio século sobre o seu assassinato (1973, Conacri), e conta a história do revolucionário que – ao lado dos seus camaradas do PAIGC – contribuiu decisivamente para o fim do último império colonial europeu. Mostra objetos e correspondência de Cabral, mas também imagens, sons e textos que outras e outros lhe têm dedicado. É uma exposição sobre Amílcar Cabral e as suas vidas posteriores.
“Amílcar Cabral foi uma figura destacada do século XX cuja memória permanece, seja no imaginário político ou no nome das ruas de vários países do hemisfério Sul, da África do Sul ao Brasil. A sua vida é hoje motivo de renovado interesse em África, assim como nas periferias de capitais europeias, em universidades ocidentais ou nos principais canais televisivos mundiais”, explica José Neves, membro da Comissão Científica da iniciativa.
No Palácio Baldaya estarão 50 peças que permitem uma viagem pela vida do agrónomo e líder nacionalista, mas não só: “Cada uma das peças expostas leva-nos a momentos e lugares da vida de Cabral, enquanto indicia o tempo, o espaço e a experiência de quem o conheceu, vigiou, admirou, filmou, retratou ou cantou. Cabral está omnipresente, mas muitas das 50 peças que exibimos têm protagonistas próprios, da fotógrafa italiana Bruna Polimeni ao músico angolano David Zé, passando pelo líder ganês Kwame Nkrumah”, acrescenta o historiador.
A partir da exposição, a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril vai promover iniciativas diversificadas – mesas redondas, concertos, visitas guiadas e cinema –, incidindo sobre temas como liberdade, colonialismo, luta anticolonial e descolonização.
A iniciativa tem curadoria científica de José Neves e Leonor Pires Martins, consultoria de Alfredo Caldeira; Arquitetura de Ricardo Santos e Miguel Fevereiro; e Grafismo de Vera Tavares. Conta, enquanto parceiros, com a Junta de Freguesia de Benfica, a Fundação Amílcar Cabral, o Laboratório Associado IN2PAST, a Associação TCHIWEKA de Documentação, e a Fundação Mário Soares e Maria Barroso."
Guimarães, Paulo Eduardo. (2022). "António Pinto Quartin: um anti-colonialista em Angola nos anos '30 do século XX" in Alves, Ricardo; Redol, A. Mota (coord.), Anarquismo, Insubmissão e Incoformismo; Edições Colibri, pp. 187-206. https://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/32850
Neste texto, o autor traça o percurso biográfico e intelectual do jornalista e libertário António Pinto Quartin durante a sua estadia em Angola nos anos'30. Baseando-se em fontes coevas, documentação pessoal e jornalista, destaca-se aqui a leitura crítica da experiência colonial portuguesa, bem como a intervenção crítica do jornalista na sociedade colonial angolana.
Figueiredo, Cláudia Alexandra Gonçalves
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em História Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa
Este trabalho é uma monografia do Teatro Livre, uma sociedade teatral que funcionou em Lisboa entre 1902 e 1908. Formado por um colectivo de intelectuais libertários, socialistas e republicanos próximos do movimento operário, o Teatro Livre foi uma tentativa de educação das massas e de transformação da ordem social pelo teatro. Elaborada no âmbito da História da Cultura Contemporânea, esta dissertação pretende compreender a natureza e o significado político deste projecto estético. Para tal, recorreu-se não apenas à leitura de algumas das peças encenadas mas também às fontes empíricas que nos permitiram integrar esta experiência cultural numa escala nacional e internacional mais alargada.
Artesãos e Operários: Indústria, Capitalismo e Classe Operária em Portugal (1870-1934)
Maria Filomena Mónica
Editado pelo ICS-ULisboa
Livro de importância decisiva na evolução dos estudos histórico-sociológicos sobre a classe operária em Portugal, aqui considerada no período de 1870 a 1934. Recusando abordar a classe operária como uma totalidade homogénea, a autora procura antes apreender e delinear a sua diversidade essencial e as complexas circunstâncias que explicam essa diversidade. Merecedora de relevo é a tentativa feita para avaliar as condições de vida do operariado, não só materiais, mas também culturais, problema amplamente debatido noutros países, mas muito pouco estudado entre nós. E aqui, de novo, tem de referir-se o esforço constante para fugir a fáceis generalizações, apontando as enormes distâncias e diferenças que separavam, uns dos outros, diversos sectores da classe operária.
Ralão, Joana Cardoso da Costa (2023). As mulheres no movimento estudantil da década de 70 [Tese de mestrado em História Contemporânea], NOVA FCSH.
Repositório da NOVA FCSH. https://run.unl.pt/handle/10362/160432
O movimento estudantil de inícios da década de 70 contou com a participação de várias mulheres que se empenharam ativamente na alteração da situação política,
económica e social do país, numa altura em que a adoção de atitudes, comportamentos e práticas de contestação ao regime acarretavam consequências graves e implicavam grandes sacrifícios dos seus participantes. Partindo da recolha e análise de doze testemunhos inéditos, a presente dissertação de mestrado procura estudar a presença e participação das mulheres no movimento estudantil lisboeta de inícios da década de 70 em duas Faculdades da Universidade de Lisboa: a Faculdade de Direito e a Faculdade de Ciências. Particular atenção será dada às trajetórias de vida destas mulheres e aos processos de consciencialização política e social, politização, envolvimento político e, num último momento, de desmobilização. Veremos como foi no terreno estudantil ou a partir deste que estas mulheres desenvolveram a sua atividade política e social, mobilizando-se para as mais diversas causas e lutas: pela democratização do ensino, pelo fim de um regime autoritário, pela liberdade, e pelo fim da guerra colonial. As estudantes intervinham de diferentes formas no movimento estudantil e o seu percurso no ativismo era feito de forma gradual e cumulativa. Estas podiam integrar órgãos legais (como as delegações de curso e as Associações de Estudantes), estruturas semiclandestinas (cooperativas e comissões) e organizações clandestinas, de cariz político. Estas mulheres não escaparam à atitude repressiva que o regime lançava a todos aqueles que o ameaçavam e, por isso, o seu envolvimento na mobilização estudantil teve consequências graves nas suas trajetórias e percursos de vida (tanto a nível pessoal, académico e profissional).
Resgatando as suas memórias e dando visibilidade à sua participação na vida social e política do país, este estudo procura, acima de tudo, integrar estas mulheres no
espaço público e na memória coletiva do movimento estudantil.
Lopes, Filipa Alexandra Carvalho Sousa (2017). As vozes da oposição ao Estado Novo e a questão de Goa [Tese de doutoramento em História], Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Repositório FLUP. https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/108453/2/226681.pdf
Após a proclamação da independência da Índia, o Governo da União Indiana, solicitou em 1950 ao Governo português a abertura de conversações quanto ao futuro
das colónias portuguesas no Indostão. Perante a recusa de qualquer tipo de negociação por parte do governo de Salazar, foi encerrada, em 1953, a Legação da União Indiana em Lisboa, desencadeando-se uma escalada de acontecimentos que irão ter a sua expressão extrema na noite de 17 para 18 de dezembro de 1961, com a invasão de Goa, Damão e Diu pelas tropas da União Indiana.
Com a informação controlada e a opinião pública manipulada de modo a unir os portugueses em torno de um regime que defendia a sobrevivência das fronteiras de um
país pluricontinental, as vozes da oposição à ditadura têm dificuldades em ser ouvidas e a sua abordagem no que se refere à questão colonial difere no seu conteúdo e na sua forma num momento em que, sob os efeitos da Guerra Fria, a união da oposição era cada vez mais difícil. O direito dos povos das colónias portuguesas à autodeterminação e independência tornar-se-ia numa das fontes de diferença mais significativas na luta contra a ditadura. Por um lado, o passado histórico republicano de defesa da integridade do território colonial pesava nas atitudes dos oposicionistas republicanos. Se estes desenvolveram um conjunto de conceções de proteção do Império perante a ameaça de Nehru, igualmente reivindicaram o debate público sobre Goa, de modo a informar e alertar a opinião portuguesa desligada do conflito luso-indiano. Por outro, a questão de Goa e o posicionamento do regime salazarista assumirão particular importância para o PCP que, nos inícios dos anos cinquenta, considerava a luta pela Paz como uma das importantes frentes de batalha no combate antifascista, reafirmando na Declaração do Partido Comunista Português de Maio de 1954 que, para a solução do problema de Goa, se impunha que se iniciasse negociações entre os governos de Portugal e da União
Indiana e se garantisse liberdade plena ao povo goês para poder expressar livremente a sua vontade.
Conhecedora a oposição em Portugal da reivindicação por parte do grupo dos autonomistas goeses da elaboração de um novo Estatuto Político que concedesse maior
autonomia ao Estado Português da Índia e do desenvolvimento do movimento vi nacionalista goês, defensor da integração de Goa na União Indiana, as palavras usadas
pelas oposições portuguesas foram sempre cuidadosamente escolhidas - ou omitidas - de modo a não perder o apoio da população, onde existia em torno das colónias um
certo consenso nacional. Unida a oposição nas eleições para a Presidência da República de 1958 em torno da candidatura de Humberto Delgado, optou pelo silêncio total sobre o direito à independência para as colónias portuguesas. Este, pelo contrário, já havia sido defendido pelo PCP em 1957, no seu V Congresso.
Para a oposição exilada e para o movimento nacionalista goês os diferentes pontos de vista por parte das oposições portuguesas do interior, provocavam dificuldades e geravam impasse. A questão colonial infligiu, assim, duros golpes na possibilidade de entendimento entre nacionalistas goeses e as oposições portuguesas.
Numa democracia recente, foram 9 números, 2 por ano, com apanhados de literatura sobre uma área de estudos emergente à época em Portugal, o operariado, e de noticias sobre arquivos nacionais e internacionais focados nessa dimensão. Tem pontualmente informações sobre coleções e doadores do então Arquivo das Classes Trabalhadoras, atual Arquivo de História Social. Tiragem: 250 exemplares. A partir do número 7 de 1985 Maria Filomena Mónica passa a directora da revista
Exposição “A Paz, o Pão, Habitação…”: Valores de Abril em Autocolantes; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 22 de maio de 2024 a 30 de Setembro de 2024; Curadoria: Inês Ponte, Annarita Gori, João Pedro Santos, AHS/ICS-ULisboa
"Através de um conjunto de autocolantes que fazem parte do acervo do Arquivo de História Social do ICS-ULisboa, esta exposição evoca os valores fundamentais de Abril: a Paz, o Pão, a Habitação, a Saúde e a Educação, como expressa a canção “Liberdade” escrita por Sérgio Godinho, há 50 anos. Quantos destes valores parecem hoje estar ainda por cumprir? Em jeito de balanço sobre os desafios que ainda se colocam aos valores de Abril, a exposição dialoga também com recursos visuais contemporâneos. Apropriando-nos dos autocolantes, na época um meio de divulgação comum, esta exposição sobre a intemporalidade dos valores de Abril é também uma forma de celebrarmos a expressão popular.
“A Paz, o Pão, Habitação…”: valores de abril em autocolantes tem por base a coleção de autocolantes provenientes de António Costa Pinto, investigador do ICS-ULisboa".
Catálogos, recursos publicados e exposições pontuais organizadas pelo AHS.
Arquivo de História Social