«Diário» de Leal Marques sobre a formação do primeiro governo de Salazar, por Fátima Patriarca – apresentação, Análise Social, Vol. XLI (1.º), 2006 (n.º 178), pp. 169-222: http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1292586680B6rEQ0vz0Ul94UZ1.pdf
Exposição "1936, 70 anos depois Memória e História Tarrafal e Guerra Civil de Espanha", no ANTT, organizada por Fátima Patriarca, Catarina Guimarães, Cristina Ribeiro e Inês Correia.
Esta exposição exibiu 10 documentos do AHS:
Relatório da Delegação em Madrid do Partido Comunista Português, SPIC, sobre a atividade do PCP com a caracterização das diferentes forças políticas que integram a Frente Popular Portuguesa. Madrid, 23.11.1936
(F.495, op. 10a, d. 262, AHS-IC, Doc. 112, maço 32, Caixa 2)
Solidariedade. Órgão Central da Secção Portuguesa do Socorro Vermelho Internacional, II Série, n.º [ilegível], 1937
(F.539, op. 3, d. 1021, AHS-SVI, Doc. 480, Caixa 23).
Carta da Secção Portuguesa do Socorro Vermelho Internacional (SVI), assinada por Jorge, dirigida aos serviços centrais do SVI, fazendo referência a cartas de junho a dezembro de 1936 bem como ao clima político em Portugal. Lisboa, 24.01.1937
(F.539, op. 3, d. 1021, AHS-SVI, Doc. 476, Caixa 23)
Inventario General por Orden de la Cartotega de Nacionalid Portuguesa, Lista n°1, do Estado Maior da Base das Brigadas Internacionais. Barcelona, 26.05.1938
(F. 545, op. 6, d. 816, AHS-BI, s/n, Caixa 11)
Informacion sobre Berta Mouchet, pseudónimo de Carolina Loff, que refere a sua participação na Rádio Madrid. S.I., 25.11.1938
(F. 545, op. 6, d. 823, AHS-IC, s/n, Caixa 10)
Memórias da Guerra Civil de Espanha, de Manuel António Boto. S. Paulo. Agosto de 1966
PT-AHS-ICS-MAB-2860
Avante!, n.º 20, II Série, O Partido Comunista Português saúda todos os combatentes da Frente Popular Espanhola e espera confiante os resultados da sua abnegada coragem e heroísmo. Agosto de 1936
PT-AHS-ICS-CG-12-20
Avante!, n.º 26, II Série, O povo espanhol resiste e vencerá. . 1a quinzena de Janeiro de 1937
PT-AHS-ICS-CG-12-26
Avante!, n.º 37, II Série, Ofensiva geral do fascismo contra o povo português. A morte de um herói. 1a semana de Junho de 1937
PT-AHS-ICS-CG-12-37
Avante!, n.º 43, II Série, SALUD GLORIOSO POVO ESPANHOL!, 3a semana de Julho de 1937
PT-AHS-ICS-CG-12-43
A Urgência da Palavra Impressa. A imprensa dos «intrépidos adolescentes» contra a ditadura (1970-1974)
Jorge Ramos do Ó, Rui M. Gomes
Tigre de Papel
Nos liceus, os números dos matriculados não enganam quanto ao caráter elitista da sua frequência. Em 1970 estavam matriculados 14 870 alunos e, embora em 1973 se confirmasse um acentuado crescimento de 50%, apenas 22 994 alunos frequentavam esta fileira do ensino secundário. Trata-se do maior aumento do contingente liceal durante o Estado Novo, facto a que não são alheios quer a recomposição do tecido económico e social da ditadura quer o crescimento das aspirações sociais e educativas de setores mais alargados da população.
As novas aspirações sociais têm repercussões visíveis e invisíveis, que se multiplicam em surdina, lentamente, ou que se apresentam de modo urgente e ruidoso. Os adultos destes grupos sociais aproveitaram a situação tornando-se notados pelos novos comportamentos de consumo e pela pressão ansiosa sobre o percurso escolar da descendência, mas alguns dos filhos adolescentes optaram por fazer um caminho mais rápido e concluíram muito cedo que a nova vida podia ser acelerada se tomassem a palavra e rompessem com as amarras institucionais da ditadura.
Criar uma nova esfera pública em que pudessem expressar a sua autonomia passa a constituir um programa. Uma parte da construção dessa nova esfera pública foi feita por meio de instrumentos que hoje são parte dos adquiridos pela geração que nasceu depois do 25 de Abril: a liberdade de falar, de escrever, de produzir e difundir informação a partir do livre arbítrio individual e da organização e cooperação em grupo. Para os que hoje participam diariamente nas redes sociais e conhecem a imprensa livre é difícil perceber esta história feita de algum arrojo, porque envolvia a perseguição de um estado policial. Porém, nos primeiros anos da década de 1970, estes meios não existiam; pior, a imprensa livre não existia e quem a quisesse construir teria de se dispor a desafiar os instrumentos de controlo, vigilância e repressão da ditadura. Foi neste contexto que se construiu a aventura da imprensa estudantil do ensino secundário no período terminal da ditadura. É dessa história que são feitas as páginas deste livro.
Artesãos e Operários: Indústria, Capitalismo e Classe Operária em Portugal (1870-1934)
Maria Filomena Mónica
Editado pelo ICS-ULisboa
Livro de importância decisiva na evolução dos estudos histórico-sociológicos sobre a classe operária em Portugal, aqui considerada no período de 1870 a 1934. Recusando abordar a classe operária como uma totalidade homogénea, a autora procura antes apreender e delinear a sua diversidade essencial e as complexas circunstâncias que explicam essa diversidade. Merecedora de relevo é a tentativa feita para avaliar as condições de vida do operariado, não só materiais, mas também culturais, problema amplamente debatido noutros países, mas muito pouco estudado entre nós. E aqui, de novo, tem de referir-se o esforço constante para fugir a fáceis generalizações, apontando as enormes distâncias e diferenças que separavam, uns dos outros, diversos sectores da classe operária.
Ralão, Joana Cardoso da Costa (2023). As mulheres no movimento estudantil da década de 70 [Tese de mestrado em História Contemporânea], NOVA FCSH.
Repositório da NOVA FCSH. https://run.unl.pt/handle/10362/160432
O movimento estudantil de inícios da década de 70 contou com a participação de várias mulheres que se empenharam ativamente na alteração da situação política,
económica e social do país, numa altura em que a adoção de atitudes, comportamentos e práticas de contestação ao regime acarretavam consequências graves e implicavam grandes sacrifícios dos seus participantes. Partindo da recolha e análise de doze testemunhos inéditos, a presente dissertação de mestrado procura estudar a presença e participação das mulheres no movimento estudantil lisboeta de inícios da década de 70 em duas Faculdades da Universidade de Lisboa: a Faculdade de Direito e a Faculdade de Ciências. Particular atenção será dada às trajetórias de vida destas mulheres e aos processos de consciencialização política e social, politização, envolvimento político e, num último momento, de desmobilização. Veremos como foi no terreno estudantil ou a partir deste que estas mulheres desenvolveram a sua atividade política e social, mobilizando-se para as mais diversas causas e lutas: pela democratização do ensino, pelo fim de um regime autoritário, pela liberdade, e pelo fim da guerra colonial. As estudantes intervinham de diferentes formas no movimento estudantil e o seu percurso no ativismo era feito de forma gradual e cumulativa. Estas podiam integrar órgãos legais (como as delegações de curso e as Associações de Estudantes), estruturas semiclandestinas (cooperativas e comissões) e organizações clandestinas, de cariz político. Estas mulheres não escaparam à atitude repressiva que o regime lançava a todos aqueles que o ameaçavam e, por isso, o seu envolvimento na mobilização estudantil teve consequências graves nas suas trajetórias e percursos de vida (tanto a nível pessoal, académico e profissional).
Resgatando as suas memórias e dando visibilidade à sua participação na vida social e política do país, este estudo procura, acima de tudo, integrar estas mulheres no
espaço público e na memória coletiva do movimento estudantil.
Documentário sobre a actriz Glicínia Quartin por ocasião do seu 80º aniversário. A sua família, o anarco-sindicalismo, a Escola-Oficina nº 1, as leituras em casa dos pais, as prisões, o Mud Juvenil, os teatros experimentais, os surrealistas, o encontro com José Ernesto de Sousa e o desabrochar do Cinema Novo com “Dom Roberto”, a Itália, a fantasia, Beckett, Genet, Vitor Garcia, o encontro com Luís Miguel Cintra – uma vida em movimento.
"Gosto tanto de a ouvir falar, à Glicínia. Mas não queria que ela falasse só comigo. Por isso fiz este filme, para partilhar as minhas conversas com Glicínia Quartin."
Jorge Silva Melo
"Não sei do que gosto mais, se de ouvir o que pensa (que não pára de pensar), se de a ouvir contar tanta vida que viveu (que não sabe estar parada sem viver), se de a ver brincar (que a vida para ela tem de ser festa). Gosto de a ver representar: pensa, mexe-se, brinca, imagina e enquanto representa conta coisas que conhece do que viu nos outros. Conversa, de facto (“não achas?”, “lembras-te?”, “e tu?”, “quero perguntar-te uma coisa”), curiosa de mim, de ti, de todos os outros e de todas as coisas, firme no que decide e a querer saber o que o outro quer, sempre a pedir esse “tu”. Inventa-se e inventa espaço. Transporta a alegria. Sem peso. Sempre em movimento. Porque vive em sedução. E porque ama como ninguém a sua e a minha e a tua e a nossa liberdade. Há mais actriz? Há mais pessoa? Melhor amiga?"
Luís Miguel Cintra
Realização de Jorge Silva Melo. Produção Artistas Unidos. 55 minutos. O Documentário teve exibição comercial, e passou na RTP
Exposição integrada no seminário "O Movimento Operário em Portugal", organizado pelo Gabinete de Investigações Sociais, que teve lugar na Biblioteca Nacional, entre 4 a 7 de Maio de 1981. Teve apoio da Scretaria de Estado da Cultura e da Biblioteca Nacional.
Mónica, Maria Filomena.Exposição "Há Sempre Alguém que DIz Não! A oposição estudantil à ditadura no ensino secundário de Lisboa (1970-1974)," Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 15 de dezembro de 2023 a 28 de fevereiro de 2024.
Documentos: 1 número de cerca de 30 dezenas de jornais de liceus da grande Lisboa, publicados entre 1970 e 1974.
"A Torre do Tombo acolhe a exposição 'Há sempre alguém que diz não! – A oposição estudantil à ditadura no ensino secundário de Lisboa (1970-1974)', concebida para dar a conhecer aos mais novos, nascidos antes e depois da democracia, como os jovens entre os 13 e os 17 anos abraçaram a oposição à ditadura.
Pretende-se demonstrar como sentiram o imperativo de contestar as diversas condicionantes da ditadura nas suas vidas: nos estudos, no acesso à cultura, no simples convívio, bem como no seu direito a viver em paz e não ter de fazer uma guerra em África a cuja finalidade não aderiram."
Monografia de Simone Tulumello, pela Tigre de Papel, 2023.
Este livro volta ao campo da habitação em Portugal para ir além da “crise” que o atravessa: problematiza a própria ideia de “crise” ao mesmo tempo que traça caminhos possíveis para a ultrapassar. Este livro debate, através das políticas públicas, a centralidade do Estado na determinação do acesso à habitação; e o conflito que tem historicamente determinado o equilíbrio de forças entre o direito à habitação e a utilização da habitação enquanto instrumento de lucro e especulação. Este livro volta à história da habitação – das suas políticas, conflitos e direitos – nos 48 anos de democracia para perceber como chegámos aqui. E abre no espaço, com exemplos de outros países, e no tempo, com uma reflexão sobre o Período Revolucionário em Curso, para pensar como podemos sair da “crise” da habitação.
Jornalistas em Greve: Imprensa e Sindicalismo na I República
José Nuno Matos
Editado pela Imprensa de Ciências Sociais
A 18 de janeiro de 1921, tipógrafos, distribuidores e jornalistas de Lisboa iniciaram uma greve que se prolongaria ao longo de vários meses e seria responsável pela paralisação da produção e distribuição de uma grande parte dos jornais da capital. Num contexto marcado por duros embates entre sindicatos, patronato e governos, esta greve adquiriu uma particular relevância não só pela sua longevidade, mas por ter originado um conjunto de publicações afetas a ambos os lados da contenda e por ter constituído o que o tipógrafo e sindicalista Alexandre Vieira classificou de «batismo de fogo» dos jornalistas. A partir da análise deste acontecimento, este livro propõe uma reflexão aprofundada sobre a condição económica, social e política de quem dedica a sua vida ao exercício do jornalismo.
Les Féminismes:Une histoire mondiale 19e–20e siècles, editado por Yannick Ripa Françoise Thébaud, pela Textuel, 2024.
reúne contributos de mais de 30 autores.
Inserida no capítulo “Le Féminisme s’organise à l’échelle nationale et internationale, 1870-1920, a vinheta dedicada a Adelaide Cabete (1867-1935), inclui duas fontes salvaguardadas pelo AHS. Uma é a reprodução de um postal produzido pelo Conselho Nacional das Mulheres portuguesas, retratando em 1928 este colectivo, e que nos últimos anos tem sido a imagem de fundo do catálogo digital do AHS (ver Mensário #1). A outra é um retrato inédito desta republicana médica ginecologista, proveniente do Espólio PQ. A vinheta é assinada por Anne Cova
Divulgação sobre Deolinda Lopes Vieira, da sua relação com o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, com base num postal e em algumas publicações salvaguardadas no Espólio Pinto Quartin; bem como de publicações recentes sobre as suas actividades.
Ponte, InêsDivulgação sobre duas brochuras do Espólio de Pinto Quartin, que articulam Feminismo e Eugenia, por Ricardo Gomes Moreira, estudante de doutoramento em Antropologia no ICS-ULisboa. Inclui também secção sobre recente disponibilização da Coleção da Associação Tchiweka de Documentação (ofertada em junho de 2023); sobre um documento do Espólio de Pinto Quartin, escolha do arquivista do AHS, João Pedro Santos, e sobre a Exposição temporária "Há sempre alguém que diz não".
Moreira, Ricardo GomesMulheres e Associativismo em Portugal, 1914-1974
Anne Cova, Vanda Gorjão, Isabel Freire, Ana Costa Lopes, Natividade Monteiro
Editado pela Imprensa de Ciências Sociais
Este livro inscreve o estudo do associativismo feminino numa história de longa duração que cobre seis décadas. Obra de história das mulheres, sem esquecer as histórias de vida nem a abordagem biográfica, é também um contributo primordial para a história política de Portugal no século xx, focando aspetos como as relações entre a sociedade civil, as elites políticas e os regimes em vigor, a participação nas duas guerras mundiais, a política colonial, as formas de adesão ou de resistência à ditadura, o lugar das mulheres e das questões que lhes estão ligadas nas aspirações democráticas e na oposição ao Estado Novo.
Para as mulheres que só tardiamente obtiveram direitos políticos, como aconteceu em Portugal, o associativismo desempenhou um papel relevante na sua politização, ao permitir-lhes participar na vida pública, na assunção de responsabilidades e na tomada de consciência delas próprias e das suas capacidades.
Os contornos móveis da articulação entre feminismo, pacifismo, antifascismo, socialismo e anticolonialismo são, aliás, uma das chaves de leitura da história de várias organizações de mulheres e são objeto de debate historiográfico neste livro, que conjuga as abordagens e os métodos de duas disciplinas: a história, sensível aos contextos e às mutações, e a sociologia, mais preocupada em construir modelos ou com a análise quantitativa e gráfica das redes.
Françoise Thébaud, Université d’Avignon
texto divulgação de fotografia publicada no jornal Renovação, salvaguardada no acervo do AHS.
"Fotógrafo desconhecido. A fotografia integra o acervo fotografico da revista A Renovação, de 15 de novembro de 1925. Em 1925, um rapaz de 17 anos parte para o exílio. No porto de Lisboa, irmão e irmã dão um último beijo, uma cena emocional que evoca o temor de nunca mais se voltarem a ver. A pobreza rural tinha empurrado o jovem para a capital onde, incapaz de encontrar trabalho ou um lugar para dormir, tinha como modo de vida vaguear pelas ruas de Lisboa ao mesmo tempo que ia cometendo crimes de pequeno delito. Um ano depois de ter sido preso, o jovem foi enviado para Luanda, em Angola. Entre os 364 indivíduos que o acompanharam, muitos homens e mulheres tinham também sido condenados ao exílio apenas por terem cometido crimes insignificantes. O episódio foi narrado pelo escritor Ferreira de Castro na revista anarquista A Renovação, de 15 de novembro de 1925, na qual foi também publicada a fotografia que aqui se reproduz." RAC
Carvalho, Rita Almeida de.texto de divulgação do acervo do AHS, sobre postal de natal enviado pela escritora e jornalista Sara Beirão ao seu amigo jornalista Pinto Quartin, por Joana Bénard da Costa, revisão de Rita Almeida de Carvalho.
O postal é enviado a partir de Tábua (Coimbra), onde nasceu e residiu Sarah Beirão, a qual se destacou também pelo seu empenhamento na causa republicana e na defesa dos direitos das mulheres. Integrou a Liga Portuguesa da Paz, a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas. O postal faz parte da correspondência particular do vasto espólio de António Tomás Pinto Quartin e pode ser consultado no Arquivo de História Social. Data 19-12-1951.
Cota: Arquivo de História Social-ICS/ULisboa, Espólio de Pinto Quartin, PT-AHS-ICS-PQ-CP-023-1.
texto de divulgação do acervo do AHS, sobre a Mensagem,órgão da Casa dos Estudantes do Império, número saido em 07-1964, por Joana Bénard da Costa, revisão de Rita Almeida de Carvalho.
Joana Bénard da Costatexto de divulgação do acervo do AHS, sobre o catálogo da Exposição de Livros Escritos por Mulheres, janeiro de 1947, por Joana Bénard da Costa, revisão de Rita Almeida de Carvalho.
Joana Bénard da CostaCinema e Movimento Estudantil no Acervo do AHS, texto de divulgação.
Ponte, InêsO Documentário passou na RTP "12 de outubro de 1972: o dia em que perdemos o medo"
o site é https://ribeirosantos.net/ sendo que a secção "Funeral" publica imagens de vários documentos, pelo menos da coleção do José Laranjo.