Notícia sobre assembleia extraordinária da Secção Regional da Ordem dos Médicos que reuniu para leitura e discussão do relatório elaborado por uma comissão, nomeada em 1958, encarregue de elaborar um estudo sobre a carreira médica e que avalia o estado sanitário do país. O texto do comunicado foi publicado no jornal 'Estado de São Paulo'.
Mota, João SantanaApresentado na Exposição Internacional do Rio de Janeiro realizada em 1922
Instituto de Cegos do PortoEspólio pessoal de António Tomás Pinto Quartin, constituido quer por documentação de natureza pessoal, quer por panfletos, brochuras, jornais, revistas, e alguns objectos que foi acumulando. Espelha a actividade jornalística e política de Pinto Quartin, contendo ainda correspondência pessoal com políticos e intelectuais da época, e vários dos seus interesses culturais, com especial ênfase no teatro. Espelha também a relação conjugal de longa data (de 1916 a 1970) com Deolinda Lopes Vieira (1888-1993), professora primária.
Reúne fontes de grande potencial para a história social e política dos últimos anos da Monarquia Constitucional e da I República e para o estudo da Oposição política ao Estado Novo, cobrindo sensivelmente o período de finais do século XIX até aos anos 50 do século XX.
MORAES DE ALMEIDA, J.; FLORENCE GIESBRECHT, D. “Criar cidadãos perfeitos para uma República máscula, forte e virtuosa”: o Primeiro Congresso Nacional Feminista e de Educação em Lisboa (1924) e a modernização da desigualdade. Revista de História Regional, [S. l.], v. 29, 2024. DOI: 10.5212/Rev.Hist.Reg.v.29.23653. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23653. Acesso em: 6 nov. 2024.
Organizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP), o Primeiro Congresso Feminista e de Educação ocorreu entre os dias 4 e 9 de maio de 1924, em Lisboa. Na ocasião, foram apresentadas e discutidas teses que versaram sobre temáticas relacionadas aos direitos políticos e cívicos, à educação, à assistência social, à higiene e saúde da mulher. Aproveitando a efeméride, propomos uma análise historicizada do evento, especialmente de algumas das teses, que mobilize reflexões sobre as relações intrínsecas entre certo feminismo e um projeto de nação higienista, focado no aprimoramento da raça. Sem querer reduzir as expressões feministas do início do século XX a uma definição engessada – mesmo porque os conflitos no interior do CNMP apontam para uma variedade de posturas relativamente à emancipação do sexo feminino –, pretendemos chamar a atenção, tal qual Susan Besse bem delineou ao estudar o caso brasileiro, para uma “modernização da desigualdade”. Para a historiadora, o casamento, a sexualidade, a maternidade e a educação feminina – temáticas recorrentemente presentes nas discussões feministas do final dos Oitocentos e nas primeiras décadas do século XX – adquiriram enorme importância, uma vez que a “reprodução limpa” foi encarada como forma de superar o atraso e a degeneração de determinadas nações. Assim, nossa hipótese é a de que o feminismo institucional representado pelo CNMP, ao reivindicar dignidade e igualdade de oportunidade às mulheres, encontrou lugar no engenhoso projeto de reforma social fundamentada em preceitos eugênicos, sustentados, principalmente, através do discurso médico-antropológico. Neste, “a mulher” foi convocada a carregar o pesado fardo de civilizar sua família, assumindo um papel fundamental ao Estado, embora conservador: o de esposa e mãe, educada para administrar o lar e criar “cidadãos perfeitos para uma República máscula, forte e virtuosa” – palavras de Julieta Ribeiro, autora da tese A mulher naturista.