Libertação de Mário Lino
Temas principais deste número do Binómio:
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Entrevista a Mário Lino;
"Mário Lino, Presidente eleito da AEIST, preso no dia 21 de janeiro, foi posto em liberdade no dia 19 de março. A sua prisão coincidiu com a de 26 colegas.
A justificação de tais prisões foi revelada na nota oficiosa do Ministério do Interior, publicada em todos os jornais diários e divulgada pela rádio e TV. Nela Mário Lino era acusado de pertencer ao Partido Comunista português utilizando o pseudónimo de “Milo”. Entretanto, os mesmos meios de comunicação que tornaram público essas acusações nada disseram da libertação do presidente da nossa Associação, o que nos surpreende, dado que pensamos ser à Imprensa que compete esclarecer, e informar o público.” -
Proibição do Dia Nacional do Estudante
"Proibido o Dia do Estudante, como já tinha acontecido em 1962, 1963 e 1964. “Em alguns anos o próprio Ministério contribuiu para as despesas do Dia do Estudante. A partir de 1962, as coisas modificaram-se completamente. O que era bom, digno, louvável passou a ser atacado, proibido, reprimido. Uma vez mais, este ano tal sucedeu.” -
Inquérito à Universidade
Ministro da Educação Nacional mandou abrir um Inquérito à Universidade: “Desde a ausência de instalações desportivas, lares, cantinas, etc., à desaptação do nosso ensino, ao clima de insegurança que se verifica na Universidade devido a prisões arbitrárias e a torturas aos nossos colegas detidos, à provocação vil de alguns elementos perniciosos da Universidade que assaltam associações e colegas nossos, munidos de matracas com que defendem a sua cobardia, muito teria o senhor desembargador que anotar e relatar.” -
PIDE ou a LEI?
“Com efeito se era já do conhecimento geral que aceitar cargos de chefia nas AE equivalia a um passaporte para uma prisão política, que os mais elementares direitos humanos reconhecidos universalmente por todas as autoridades morais do nosso tempo, a começar pela Igreja Católica são descaradamente violadas em Portugal pelas forças ditas da ordem, que em nome da Civilização Cristã e Ocidental se prendem, espancam e torturam cristãos e não cristãos rapazes e raparigas cujo único crime se resume em quererem ser conscientes e livres (...)".