Conferência feita por Ana de Castro Osório no Centro Escolar Dr. Afonso Costa. A brochura é editada pelo Grupo Português de Estudos Feministas (fundado em 1907).
Livro colectivo, "A Guerra Guardada: Fotografia de Soldados Portugueses em Angola, Guiné‑Bissau e Moçambique, 1961‑1974", organizado por Maria José Lobo Antunes e Inês Ponte, pela Tinta da China, 2024.
Entre 1961 e 1974, milhares de homens mobilizados para Angola, Guiné‑Bissau e Moçambique tiraram fotografias daquilo que os rodeava. Conservadas para si ou enviadas pelo correio como prova de vida à distância, estas imagens e as histórias que elas escondem foram mantidas durante anos na estreiteza dos seus círculos pessoais. Cinquenta anos depois do fim do conflito, este livro, tal como a exposição homónima no Museu do Aljube que lhe deu origem, parte da pesquisa etnográfica com ex‑combatentes e suas colecções fotográficas para explorar as ligações entre fotografia, memória e história da guerra colonial. Às imagens juntam‑se ainda textos de investigadores e obras de artistas e compositores que, de diversas formas, reflectem sobre o colonialismo, a guerra e o fim do império português.
Editado por Maria José Lobo Antunes e Inês Ponte, pela Tinta da China, a obra tem Textos de Cláudia Castelo, Inês Ponte, Joaquim Paulo Nogueira, Kevin Carreira Soares, Maria José Lobo Antunes, Miguel Cardina, Miso Music Portugal, Paulo Faria, Pedro Aires Oliveira, Rita Luís, Rui Lopes; e Criações artísticas de Ana Vidigal, Daniel Barroca, Daniel Schvetz, Diogo Alvim, Lino Damião, Patrícia Barbosa, Pedro Lima
Tese apresentada ao Congresso Feminista e de Educação promovido pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, 1924
Conselho Nacional das Mulheres PortuguesasDois exemplares do órgão do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, o boletim A Mulher, publicado até maio de 1946 sob o título de Alma Feminina. Pela leitura do edital de dezembro de 1946, percebe-se que é o primeiro número a sair com o novo nome, marcando o início de um novo e último ciclo de direção do Conselho, sob a presidência de Maria Lamas (1946-1947). O outro número presente no espólio tem data de maio de 1947, tendo sido a última edição a sair antes do encerramento do Conselho pela ditadura. De facto, o exemplar em questão noticia e documenta a Exposição de Livros Escritos por Mulheres, evento que despertou a atenção do Estado Novo e desencadeou a proibição de todas as atividades do Conselho. Deolinda Lopes Vieira foi sócia do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas da época da sua fundação, em 1914, até ao seu fecho em 1947.
Reúne materiais gerados pela Exposição “A Paz, o Pão, Habitação…”: Valores de Abril em Autocolantes; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 22 de maio de 2024 a 30 de Setembro de 2024; Curadoria: Inês Ponte, Annarita Gori, João Pedro Santos, AHS/ICS-ULisboa
"Através de autocolantes que fazem parte do acervo do Arquivo de História Social do ICS-ULisboa, esta exposição evoca os valores fundamentais de Abril: a Paz, o Pão, a Habitação, a Saúde e a Educação, como expressa a canção “Liberdade” escrita por Sérgio Godinho, há 50 anos. Quantos destes valores parecem hoje estar ainda por cumprir? Em jeito de balanço sobre os desafios que ainda se colocam aos valores de Abril, a exposição dialoga também com recursos visuais contemporâneos. Apropriando-nos dos autocolantes, na época um meio de divulgação comum, esta exposição sobre a intemporalidade dos valores de Abril é também uma forma de celebrarmos a expressão popular.
“A Paz, o Pão, Habitação…”: valores de abril em autocolantes tem por base a coleção de autocolantes proveniente de António Costa Pinto, investigador do ICS-ULisboa".
Ralão, Joana Cardoso da Costa (2023). As mulheres no movimento estudantil da década de 70 [Tese de mestrado em História Contemporânea], NOVA FCSH.
Repositório da NOVA FCSH. https://run.unl.pt/handle/10362/160432
O movimento estudantil de inícios da década de 70 contou com a participação de várias mulheres que se empenharam ativamente na alteração da situação política,
económica e social do país, numa altura em que a adoção de atitudes, comportamentos e práticas de contestação ao regime acarretavam consequências graves e implicavam grandes sacrifícios dos seus participantes. Partindo da recolha e análise de doze testemunhos inéditos, a presente dissertação de mestrado procura estudar a presença e participação das mulheres no movimento estudantil lisboeta de inícios da década de 70 em duas Faculdades da Universidade de Lisboa: a Faculdade de Direito e a Faculdade de Ciências. Particular atenção será dada às trajetórias de vida destas mulheres e aos processos de consciencialização política e social, politização, envolvimento político e, num último momento, de desmobilização. Veremos como foi no terreno estudantil ou a partir deste que estas mulheres desenvolveram a sua atividade política e social, mobilizando-se para as mais diversas causas e lutas: pela democratização do ensino, pelo fim de um regime autoritário, pela liberdade, e pelo fim da guerra colonial. As estudantes intervinham de diferentes formas no movimento estudantil e o seu percurso no ativismo era feito de forma gradual e cumulativa. Estas podiam integrar órgãos legais (como as delegações de curso e as Associações de Estudantes), estruturas semiclandestinas (cooperativas e comissões) e organizações clandestinas, de cariz político. Estas mulheres não escaparam à atitude repressiva que o regime lançava a todos aqueles que o ameaçavam e, por isso, o seu envolvimento na mobilização estudantil teve consequências graves nas suas trajetórias e percursos de vida (tanto a nível pessoal, académico e profissional).
Resgatando as suas memórias e dando visibilidade à sua participação na vida social e política do país, este estudo procura, acima de tudo, integrar estas mulheres no
espaço público e na memória coletiva do movimento estudantil.
Conjunto de documentos que permite reconstruir, parcialmente, a trajetória profissional da atriz, ora como professora de teatro, ora como intérprete de peças. Além disso, encontram-se documentos de carácter pessoal, como postais e convites, que atestam a rede de relações afetivas e sociais de Glicínia Quartin, bem como a sua participação no MUD Juvenil na década de 40. Em termos profissionais, a coleção permite recuar até à estadia da atriz em Roma, onde frequentou a Scuola di Arti Sceniche de Alessandro Farsen, entre 1962 e 1965. A coleção permite, ainda, recolher informações parciais sobre um segmento da história da companhia Teatro Experimental de Cascais, com a qual Glicínia colaborou entre 1965-1968, e sobre as atividades do movimento Educação pela Arte em Portugal, ao qual a atriz aderiu aplicando os métodos de ensino promovidos por esse movimento. Finalmente, destaca-se na coleção o subfundo António José da Costa, contendo livros de peças teatrais relacionadas com a esfera educativa e o teatro infantojuvenil, publicadas entre 1953 e 1974.
Quartin, Glicínia Vieira.Dois cartões da participação de Pinto Quartin como delegado no 1º e 2º Congresso do Livre Pensamento em Portugal, assinados pelo secretário Augusto José Vieira. Ambos os Congresso tiveram lugar na sede da Caixa Económica Operária, Graça, Lisboa.
(1º) Congresso nacional do Livre Pensamento em Portugal: entre 19 e 22 de abril de 1908. Boletim impresso com admissão (nº 184) de Pinto Quartin (a manuscrito). Carimbo da associação do registo civil no verso.
2º Congresso nacional do Livre Pensamento em Portugal: entre 13 e 18 de Outubro de 1910. Boletim impresso com admissão (nº 34) do cidadão Pinto Quartin (a manuscrito).
Documentário sobre a actriz Glicínia Quartin por ocasião do seu 80º aniversário. A sua família, o anarco-sindicalismo, a Escola-Oficina nº 1, as leituras em casa dos pais, as prisões, o Mud Juvenil, os teatros experimentais, os surrealistas, o encontro com José Ernesto de Sousa e o desabrochar do Cinema Novo com “Dom Roberto”, a Itália, a fantasia, Beckett, Genet, Vitor Garcia, o encontro com Luís Miguel Cintra – uma vida em movimento.
"Gosto tanto de a ouvir falar, à Glicínia. Mas não queria que ela falasse só comigo. Por isso fiz este filme, para partilhar as minhas conversas com Glicínia Quartin."
Jorge Silva Melo
"Não sei do que gosto mais, se de ouvir o que pensa (que não pára de pensar), se de a ouvir contar tanta vida que viveu (que não sabe estar parada sem viver), se de a ver brincar (que a vida para ela tem de ser festa). Gosto de a ver representar: pensa, mexe-se, brinca, imagina e enquanto representa conta coisas que conhece do que viu nos outros. Conversa, de facto (“não achas?”, “lembras-te?”, “e tu?”, “quero perguntar-te uma coisa”), curiosa de mim, de ti, de todos os outros e de todas as coisas, firme no que decide e a querer saber o que o outro quer, sempre a pedir esse “tu”. Inventa-se e inventa espaço. Transporta a alegria. Sem peso. Sempre em movimento. Porque vive em sedução. E porque ama como ninguém a sua e a minha e a tua e a nossa liberdade. Há mais actriz? Há mais pessoa? Melhor amiga?"
Luís Miguel Cintra
Realização de Jorge Silva Melo. Produção Artistas Unidos. 55 minutos. O Documentário teve exibição comercial, e passou na RTP
Número de homenagem do proletariado português à memória dos mineiros franceses que pereceram na catástrofe de Courrières em 10 de Março de 1906; publicado por alvitre e deliberação da Comissão Executiva da Delegacia Associativa.
MORAES DE ALMEIDA, J.; FLORENCE GIESBRECHT, D. “Criar cidadãos perfeitos para uma República máscula, forte e virtuosa”: o Primeiro Congresso Nacional Feminista e de Educação em Lisboa (1924) e a modernização da desigualdade. Revista de História Regional, [S. l.], v. 29, 2024. DOI: 10.5212/Rev.Hist.Reg.v.29.23653. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/rhr/article/view/23653. Acesso em: 6 nov. 2024.
Organizado pelo Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas (CNMP), o Primeiro Congresso Feminista e de Educação ocorreu entre os dias 4 e 9 de maio de 1924, em Lisboa. Na ocasião, foram apresentadas e discutidas teses que versaram sobre temáticas relacionadas aos direitos políticos e cívicos, à educação, à assistência social, à higiene e saúde da mulher. Aproveitando a efeméride, propomos uma análise historicizada do evento, especialmente de algumas das teses, que mobilize reflexões sobre as relações intrínsecas entre certo feminismo e um projeto de nação higienista, focado no aprimoramento da raça. Sem querer reduzir as expressões feministas do início do século XX a uma definição engessada – mesmo porque os conflitos no interior do CNMP apontam para uma variedade de posturas relativamente à emancipação do sexo feminino –, pretendemos chamar a atenção, tal qual Susan Besse bem delineou ao estudar o caso brasileiro, para uma “modernização da desigualdade”. Para a historiadora, o casamento, a sexualidade, a maternidade e a educação feminina – temáticas recorrentemente presentes nas discussões feministas do final dos Oitocentos e nas primeiras décadas do século XX – adquiriram enorme importância, uma vez que a “reprodução limpa” foi encarada como forma de superar o atraso e a degeneração de determinadas nações. Assim, nossa hipótese é a de que o feminismo institucional representado pelo CNMP, ao reivindicar dignidade e igualdade de oportunidade às mulheres, encontrou lugar no engenhoso projeto de reforma social fundamentada em preceitos eugênicos, sustentados, principalmente, através do discurso médico-antropológico. Neste, “a mulher” foi convocada a carregar o pesado fardo de civilizar sua família, assumindo um papel fundamental ao Estado, embora conservador: o de esposa e mãe, educada para administrar o lar e criar “cidadãos perfeitos para uma República máscula, forte e virtuosa” – palavras de Julieta Ribeiro, autora da tese A mulher naturista.
Junta os seguintes documentos:
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um exemplar do suplemento Educação do Diário de Notícias de 10 de maio de 1983, contendo uma reportagem sobre a Escola-Oficina nº1, composta por três artigos. Um dos artigos, “A Escola-Oficina vista de dentro”, contém testemunhos de Glicínia Quartin, a qual frequentou a escola fundada pela mãe de 1931 a 1935.
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Documento do corpo titular da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (1969-1974).
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Fotocópias de uma entrevista com Deolinda Lopes Vieira, publicada no excerto "Mulher" do Diário de Notícias, do dia 13 de agosto de 1986.
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Uma carta manuscrita procedente do Rio de Janeiro e destinada a Deolinda Vieira Lopes, com data 30 de agosto de 1989.
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Um recorte do jornal Diário de Notícias, de 7 de junho de 1993, noticiando o falecimento de Deolinda Lopes Vieira (no artigo, Deolinda Quartim), com testemunhos de Teresa Horta e Maria Belo.
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Documentação relativa ao óbito de Deolinda Vieira Lopes.
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Comunicação apresentada no congresso "A Formação de Portugal" (Lisboa, 1981) por Regina Tavares da Silva, publicada no âmbito da coleção Cadernos Condição Feminina. O exemplar contém dedicatória da autora a Deolinda Vieira Lopes.
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Comédia de César Porto "Pitágoras não vai à Escola".
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Cópia do livro "L'Instinct" de César Porto.
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Conjunto de documentos pertencentes a Hélio Vieira Quartin, contendo convites, currículos e recortes de jornais.
Esboço de reportagem sobre almoço de homenagem a Cunha Leal, restaurante no Lumiar, cerca de 700 convivas, acolhidos por Mendes Cabeçadas.
Reúne objetos, textos datilografados de conteúdo político, textos avulsos, entre os quais textos manuscritos de carácter pessoal e correspondência vária, bem como um pequeno conjunto de documentos que pertenceram à Deolinda Vieira Lopes, mãe de Glicínia Quartin.
Colecção completa do jornal "Gazeta da semana" nº1 (1976/04/01) - nº31 (1976/12/03) e número especial (1977/01/15)
Gazeta da Semana