Lucena, Manuel de.

Zona de identificação

Tipo de entidade

Pessoa singular

Forma autorizada do nome

Lucena, Manuel de.

Forma(s) paralela(s) de nome

    Formas normalizadas do nome de acordo com outras regras

      Outra(s) forma(s) de nome

      • Lucena, Manuel João Maya de.

      identificadores para entidades coletivas

      Área de descrição

      Datas de existência

      1938 - 2015

      Histórico

      Manuel de Lucena nasceu em Lisboa a 7 de Fevereiro de 1938. Viveu a infância e uma parte da adolescência em Angola com a família. Regressou a Lisboa com 16 anos, onde frequentou o Liceu Pedro Nunes e depois um colégio de Jesuítas. Ingressou no Instituto Superior Técnico no curso de Engenharia Química que viria a trocar pelo curso de Direito na Faculdade de Direito, onde se licenciou em 1981. Durante a sua juventude, participou em movimentos monárquicos e católicos, designadamente a JUC (Juventude Universitária Católica), o CCC (cineclube católico) e colaborou n' "O Tempo e o Modo". Depois da crise académica de 1962, passou a militar na Extrema-Esquerda. Redigiu grande parte dos comunicados estudantis da RIA (Reunião Interassociações de Lisboa). A sua oposição à política colonial de Salazar acabou por conduzi-lo ao exílio em 1963. Viveu em Roma, Paris e Argélia. Durante o exílio, foi dirigente do MAR (Movimento de Acção Revolucionária), fez parte da Frente Patriótica de Libertação Nacional e teve uma breve colaboração com a LUAR. Em Paris, estudou no Institut de Sciences Sociales du Travail, onde fez a sua tese sobre o corporativismo. A tese que preparou veio dar origem ao seu primeiro livro — “A evolução do sistema corporativo português”. Vol. I: o Salazarismo; vol. II: o Marcelismo —, publicado em Portugal em 1976.
      Após o 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal. Participou, como alferes, no processo de descolonização de Cabo Verde. Veio terminar o seu serviço militar em Lisboa, no Gabinete de Dinamização do Exército, situado no Estado-Maior do Exército. Abandonou a Extrema-Esquerda e apoiou o manifesto do Grupo dos “Nove”, de Melo Antunes. Em 1975, tornou-se investigador do Gabinete de Investigações Sociais (GIS) e depois do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), que lhe sucedeu, onde fez carreira até se reformar em 2008. A última actividade política que se lhe conhece é adesão à Aliança Democrática e a participação na campanha presidencial do general Soares Carneiro, em 1980. Afastado da política activa, dedicou-se sobretudo ao comentário político e à investigação científica do corporativismo, dos fascismos e totalitarismos, do processo revolucionário português, a descolonização portuguesa e a consolidação democrática no pós-25 de Abril. Foi docente em cursos no Instituto de Defesa Nacional e na Força Aérea (para oficiais generais) e no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica abordando alguns dos referidos temas de investigação, sobre os quais também proferiu conferências e orientou seminários em várias outras instituições.
      É autor de obras como “O Estado da Revolução: a Constituição de 1976” e a “Revolução e Instituições: a Extinção dos Grémios da Lavoura Alentejanos”, bem como de várias entradas no “Dicionário de História de Portugal” (coordenado por António Barreto e Maria Filomena Mónica), nomeadamente sobre organismos corporativos e importantes políticos do Estado Novo, incluindo Oliveira Salazar, Armindo Monteiro, Pedro Teotónio Pereira, Alberto Franco Nogueira, José Gonçalo Correia de Oliveira e Adriano Moreira. As biografias alargadas das últimas cinco figuras vieram a integrar uma publicação póstuma: “Os Lugar-Tenentes de Salazar” (2015).
      Ao longo da sua vida colaborou em numerosas revistas e jornais como “Esprit”, “Análise Social”, “Relações Internacionais”, “Expresso”, “Diário de Notícias”, “A tarde” ou “Semanário”. Foi co-fundador das revistas “Cadernos Socialistas” (1967-1969) e “Polémica” (1970-1973). Publicou, em 2006, o seu último livro (“Contradanças: política e arredores”) que reúne uma série de ensaios publicados na imprensa periódica entre 2004 e 2005.
      Foi também tradutor das “Moradas”, de Santa Teresa de Ávila, e da “História da Guerra da Catalunha”, de D. Francisco Manuel de Melo.
      Faleceu em Lisboa a 7 de Fevereiro de 2015.

      Locais

      Exilio politico (1963): Paris, Argel, Roma.

      Estado Legal

      Funções, ocupações e atividades

      investigador

      Mandatos/fontes de autoridade

      Estruturas internas/genealogia

      Contexto geral

      Área de relacionamentos

      Entidade relacionada

      Maya, Fernando

      Identificador de entidade relacionada

      PT/AHS-ICS/FM

      Categoria da relação

      familiar

      Datas da relação

      Descrição da relação

      Manuel Lucena é sobrinho de Fernando Maya.

      Entidade relacionada

      MAR - Movimento de Acção Revolucionária (1962-1965)

      Identificador de entidade relacionada

      PT-AHS-ICS-MAR

      Categoria da relação

      associativa

      Datas da relação

      Descrição da relação

      segunda fase

      Entidade relacionada

      LUAR - Liga de União e Acção Revolucionária (1967-1976)

      Identificador de entidade relacionada

      PT-AHS-ICS-LUAR

      Categoria da relação

      associativa

      Datas da relação

      Descrição da relação

      breve colaboração

      Entidade relacionada

      RIA - Reunião Inter-Associações

      Identificador de entidade relacionada

      PT-AHS-ICS-RIA

      Categoria da relação

      associativa

      Datas da relação

      Descrição da relação

      Na crise académica 1962-63, foi o principal redactor dos comunicados quase diários das Reuniões Inter-Associa-ções (Ria).

      Entidade relacionada

      FPLN - Frente Patriótica de Libertação Nacional (1962 - 1974)

      Identificador de entidade relacionada

      PT-AHS-ICS-FPLN

      Categoria da relação

      associativa

      Datas da relação

      ? - 1969

      Descrição da relação

      Participou até 1969. (Salgado Matos)

      Entidade relacionada

      Instituto de Ciências Sociais (ICS) (1962-)

      Identificador de entidade relacionada

      Categoria da relação

      associativa

      Datas da relação

      Descrição da relação

      Investigador

      Área de pontos de acesso

      Pontos de acesso - Local

      Zona do controlo

      Identificador de autoridade arquivística de documentos

      PT-AHS-ICS-ML

      Identificador da instituição

      PT-AHS-ICS

      Regras ou convenções utilizadas

      CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS — ISAAR(CPF): Norma Internacional de Registos de Autoridade Arquivística para Pessoas Colectivas, Pessoas Singulares e Famílias. Trad. Grupo de Trabalho para a Normalização da Descrição em Arquivo. 2.ª ed. Lisboa: Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, 2004, 79 p.

      DIRECÇÃO GERAL DE ARQUIVOS; PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO; GRUPO DE TRABALHO DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO – Orientações para a descrição arquivística. 2.ª v. Lisboa: DGARQ, 2007, 325 p.

      Estatuto

      Revisto

      Nível de detalhe

      Parcial

      Datas de criação, revisão ou eliminação

      Criação: 2016-10-14. Elaborada por Filipa Lopes.
      Revisão: 2017-03-16. Elaborada por Filipa Lopes.
      Acrescentado obituário e relações LUAR, MAR, FLPN, RIA, 2023-12, ip

      Línguas e escritas

        Script(s)

          Fontes

          Notas de manutenção