Subsecção D - Projecto “Interesses organizados e institucionalização da democracia em Portugal”

Zona de identificação

Código de referência

PT-AHS-ICS-ML-B-D

Título

Projecto “Interesses organizados e institucionalização da democracia em Portugal”

Data(s)

  • [1984-1993?] (Produção)

Nível de descrição

Subsecção

Dimensão e suporte

4 cxs. e 2 dossiers; papel.

Zona do contexto

Nome do produtor

(1938 - 2015)

História biográfica

Manuel de Lucena nasceu em Lisboa a 7 de Fevereiro de 1938. Viveu a infância e uma parte da adolescência em Angola com a família. Regressou a Lisboa com 16 anos, onde frequentou o Liceu Pedro Nunes e depois um colégio de Jesuítas. Ingressou no Instituto Superior Técnico no curso de Engenharia Química que viria a trocar pelo curso de Direito na Faculdade de Direito, onde se licenciou em 1981. Durante a sua juventude, participou em movimentos monárquicos e católicos, designadamente a JUC (Juventude Universitária Católica), o CCC (cineclube católico) e colaborou n' "O Tempo e o Modo". Depois da crise académica de 1962, passou a militar na Extrema-Esquerda. Redigiu grande parte dos comunicados estudantis da RIA (Reunião Interassociações de Lisboa). A sua oposição à política colonial de Salazar acabou por conduzi-lo ao exílio em 1963. Viveu em Roma, Paris e Argélia. Durante o exílio, foi dirigente do MAR (Movimento de Acção Revolucionária), fez parte da Frente Patriótica de Libertação Nacional e teve uma breve colaboração com a LUAR. Em Paris, estudou no Institut de Sciences Sociales du Travail, onde fez a sua tese sobre o corporativismo. A tese que preparou veio dar origem ao seu primeiro livro — “A evolução do sistema corporativo português”. Vol. I: o Salazarismo; vol. II: o Marcelismo —, publicado em Portugal em 1976.
Após o 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal. Participou, como alferes, no processo de descolonização de Cabo Verde. Veio terminar o seu serviço militar em Lisboa, no Gabinete de Dinamização do Exército, situado no Estado-Maior do Exército. Abandonou a Extrema-Esquerda e apoiou o manifesto do Grupo dos “Nove”, de Melo Antunes. Em 1975, tornou-se investigador do Gabinete de Investigações Sociais (GIS) e depois do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS), que lhe sucedeu, onde fez carreira até se reformar em 2008. A última actividade política que se lhe conhece é adesão à Aliança Democrática e a participação na campanha presidencial do general Soares Carneiro, em 1980. Afastado da política activa, dedicou-se sobretudo ao comentário político e à investigação científica do corporativismo, dos fascismos e totalitarismos, do processo revolucionário português, a descolonização portuguesa e a consolidação democrática no pós-25 de Abril. Foi docente em cursos no Instituto de Defesa Nacional e na Força Aérea (para oficiais generais) e no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica abordando alguns dos referidos temas de investigação, sobre os quais também proferiu conferências e orientou seminários em várias outras instituições.

Nome do produtor

(1944-)

História biográfica

Nasceu a 30 de Dezembro de 1944. É engenheira agrónoma e foi professora no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

Nome do produtor

(1948-)

História biográfica

José Manuel Taborda Barreto (Vila Real, 1948), licenciado em Economia pela Universidade de Budapest (1974).
Ingressou no GIS - Gabinete de Investigações Sociais como assistente de investigação em Sociologia em Setembro de 1975. Faz parte do ICS – Instituto de Ciências Sociais desde a sua institucionalização e integração na Universidade de Lisboa em 1982.

Entidade detentora

História do arquivo

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

A documentação desta Secção ainda não foi arquivisticamente tratada.

Esta Subsecção contém pesquisas realizadas no âmbito do projecto “Interesses organizados e institucionalização da democracia em Portugal”. A génese deste projecto está associada a um outro de dimensão internacional: “Interest Organizations and democratic consolidation in Southern Europe”, coordenado, a partir de 1984, no Instituto Universitário Europeu de Florença (EUI), pelo Professor Philippe Schmitter, e no qual participaram investigadores espanhóis, italianos, portugueses, gregos e turcos.

Manuel de Lucena dirigiu uma equipa de investigadores portugueses, da qual fizeram parte Carlos Gaspar, José Barreto e Inês Mansinho. As investigações levadas a cabo visavam o estudo de organismos de cúpula patronais, sindicais e de agricultores de modo a contribuir para o grande estudo comparativo com outros países do sul da Europa em desenvolvimento por P. Schmitter. Foram foi inicialmente financiadas pelo EUI e depois pela Tinker Foundation. A fase final decorreu no ICS, sem apoio externo nem acréscimo de despesa para o Instituto.

Numa fase preliminar do projecto, Manuel de Lucena finalizou, em 1986, com Carlos Gaspar o relatório intitulado “Metamorphoses du corporativisme? – associations d’intérêts et démocratie dans le Portugal post-autoritaire” que foi enviado para o IUEF. Mais tarde, publicaram este texto, numa versão corrigida, aumentada e traduzida para português, em duas partes, nos n.os 114 e 115 da revista “Analise Social”, entre 1991 e 1992.

Neste projecto, José Barreto tratou da CGTP-Intersindical e da UGT; Carlos Gaspar abordou a CIP e a CCP, confederações da indústria e do comércio; e Inês Mansinho, numa primeira fase, e, depois, Manuel de Lucena encarregaram-se da CAP e da CNA, confederações de agricultores. A preparação de dois dos quatro ensaios previstos, no âmbito do projecto internacional financiado pela Tinker Foundation, foi concluída até 1990: o de Carlos Gaspar sobre o associativismo comercial e industrial, intitulado “As aventuras das associações empresariais e a democracia portuguesa”; e o de José Barreto sobre a organização sindical portuguesa, com o título “A formação do sindicalismo moderno em Portugal”. A dinâmica da investigação levou a que os autores não se contentassem com este resultado e prosseguissem a investigação com vista a corrigir e a aprofundar essa primeira versão dos ensaios já entregues e a preparar a publicação, em Portugal, de quatro livros interconectados, mas autónomos sobre a evolução das associações portuguesas de interesses económicos (sindicais, empresariais e agrícolas) após o 25 de Abril.

Avaliação, seleção e eliminação

Incorporações

Sistema de organização

Zona de condições de acesso e utilização

Condições de acesso

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

    Sistema de escrita do material

      Notas ao idioma e script

      Características físicas e requisitos técnicos

      Instrumentos de descrição

      Zona de documentação associada

      Existência e localização de originais

      Existência e localização de cópias

      Unidades de descrição relacionadas

      Descrições relacionadas

      Zona das notas

      Identificador(es) alternativo(s)

      Pontos de acesso

      Pontos de acesso - Assunto

      Pontos de acesso - Local

      Pontos de acesso - Nomes

      Pontos de acesso de género (tipologias documentais)

      Identificador da descrição

      Identificador da instituição

      Regras ou convenções utilizadas

      CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS — ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística. Trad. Grupo de Trabalho para a Normalização da Descrição em Arquivo. 2.ª ed. Lisboa: Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, 2002, 97 p.

      DIREÇÃO GERAL DE ARQUIVOS; PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO; GRUPO DE TRABALHO DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO – Orientações para a descrição arquivística. 2.ª v. Lisboa: DGARQ, 2007, 325 p.

      Estatuto

      Preliminar

      Nível de detalhe

      Parcial

      Datas de criação, revisão, eliminação

      Criação: 2017-03-14.
      Revisão: 2023-10-11 ip: acrescentado Inês Mansinho e José Barreto também como produtores.

      Línguas e escritas

        Script(s)

          Fontes

          • Curriculum vitae de Manuel de Lucena, versão de Julho de 2005 (anotado e com correcções feitas pelo próprio).

          • GASPAR, Carlos; PATRIARCA, Fátima; MATOS, Luís Salgado de (org.) – Estado, regimes e revoluções: estudos em homenagem a Manuel de Lucena. 1.ª ed. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2012, p. 28-29.

          • LUCENA, Manuel de; GASPAR, Carlos – “Metamorfoses corporativas? – associações de interesses económicos e institucionalização da democracia em Portugal (I) e (II)”. Análise Social, vol. XXVI, n.º 114 (1991), p. 847-903 e vol. XXVII, n.º 115 (1992), p. 135-187.

          • Cópia de proposta de projectos de investigação entregue ao ICS, respeitantes a 1987, 1988, 1989 e 1992 (documentos relativos à gestão da carreira de Manuel de Lucena no ICS; documentação ainda não tratada arquivisticamente).

          Nota do arquivista

          Descrição elaborada por Filipa Lopes.

          Nota do arquivista

          A esta Subsecção pertencem 4 caixas e 2 dossiers, presentes no AHS, cuja documentação não foi ainda definitivamente acondicionada nem descrita. Associadas a este projecto estão, pelo menos, 3 pastas do Arquivo Maria Inês Mansinho, com informações sobre confederações de agricultores, como a CAP, que também ainda não foram alvo de tratamento arquivístico.

          Área de ingresso